É “obrigação” do PS viabilizar o Governo. Já a decisão sobre o OE fica para o próximo líder, diz Carlos César

O líder interino dos socialistas defende que a "vontade popular deve ser respeitada" e garantiu que o partido também irá apoiar a reeleição de Aguiar-Branco a presidente do Parlamento.

O presidente e líder interino do PS, Carlos César, garantiu que o partido tem a “obrigação” de viabilizar o Governo e irá apoiar o candidato da AD a presidente da Assembleia da República, que será de novo José Pedro Aguiar-Branco, afirmou esta quinta-feira à saída da segunda ronda de encontros com o Presidente da República, em Belém, que antecede a indigitação de Luís Montenegro como primeiro-ministro. Já sobre o Orçamento do Estado, o socialista indicou que a decisão compete ao futuro secretário-geral.

“Existe a possibilidade de apresentar moções de rejeição e, sobre essa matéria, informei o senhor Presidente da República que o nosso entendimento é que a vontade popular deve ser respeitada e o PS não contemporizará com qualquer iniciativa que obste a viabilização do Governo que decorre das eleições”, justificou, acompanhado pelo secretário nacional do partido, João Torres.

Carlos César salvaguarda que “não se trata de subscrever no todo ou em parte o programa do Governo”. “Trata-se de subscrever o entendimento que os portugueses tiveram do Governo que pretendem para a próxima legislatura e essa é a nossa obrigação“, sustentou.

Em relação a “outros atos constitutivos”, César informou Belém de que “o PS tem a maior disponibilidade em diálogo com todas as forças políticas, desde logo para a eleição da mesa da Assembleia da República e o novo presidente da Assembleia da República, que é a segunda figura mais qualificada do Estado”.

“Transmiti ao Presidente da República que o presidente da Assembleia da República e a mesa são também o resultado da representação de cada um dos partido no quadro parlamentar, o que significa que à AD incumbe apresentar o candidato a presidente da Assembleia da República e o PS e os outros partidos o seu candidato a vice-presidente”, reforçou.

Nesse sentido, o PS irá viabilizar igualmente o nome que será indicado pela AD para presidente do Parlamento, José Pedro Aguiar-Branco, que será recandidato assim como a AD também apoiará a figura proposta pelo PS para vice-presidente e secretário.

“Tanto votaremos o candidato para o cargo de Presidente da Assembleia da República como de vice-presidente e de secretário da mesa que a AD apresentar como o inverso também”, salientou. E “confia” que os deputados respeitem as indicações da direção do PS, lembrando que no ano passado o PS tirou o PSD do impasse que estava criado, com as dificuldades que estava a ter em eleger José Pedro Aguiar-Branco.

Questionado se articulou este dossiê com o até agora único candidato à liderança do PS, José Luís Carneiro, o líder interino respondeu que não tem essa obrigação até “porque o período para apresentação de candidaturas ainda não terminou”. No entanto, indicou que se aconselhou “em geral com todos as pessoas” que entende “úteis para formação da opinião junto do Presidente da República”.

Já sobre a proposta do Orçamento do Estado para 2026, que será apresentada pelo Executivo da AD, Carlos César foi mais cauteloso e atirou para o futuro líder uma posição: “Sou presidente do PS, estou a exercer o cargo de secretário-geral para efeitos interino e cada um fala por si”.

José Luís Carneiro já defendeu que o partido deve viabilizar do documento orçamental mas não de forma cega. “Vamos contribuir para a viabilização do orçamento, mas não vamos fazer como a doutora Manuela Ferreira Leite, que disse eu nem quero ver o Orçamento. Não vamos dizê-lo porque é importante vê-lo”, assegurou o antigo ministro na Grande Entrevista da RTP esta quarta-feira à noite.

Carlos César confirmou que Alexandra Leitão está de saída da liderança do grupo parlamentar, uma vez que é candidata à Câmara de Lisboa, nas próximas autárquicas, que se realizam em finais de setembro ou inícios de outubro e revelou que já escolheu quem a irá substituir, sem, contudo, revelar o nome. “Vou ainda hoje transmitir a minha decisão ao secretariado nacional e no dia 3 ao grupo parlamentar”, disse.

O presidente do PS sublinhou que o próximo desafio são as autárquicas, esperando uma vitória que “reafirme” o PS como alternativa à AD. Para além disso, o partido devem fazer uma “reflexão séria” sobre os “insucessos” eleitorais e estes resultados. Por isso, o futuro secretário-geral socialista deve ser o “motor” dessa reflexão que não deve levar o PS a “inclinar-se à direita” nem a “guinar à esquerda para se distanciar”, mas a aproximar-se dos “desejos dos portugueses”.

(Notícia atualizada às 16h21)

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