Salários nos ‘contact centers’ sobem mais de 4%. Teletrabalho volta a diminuir
Salário médio dos operadores de 'contact centers' subiu 4,4% no último ano, atingindo os 973 euros brutos mensais. Contratação sem termo reforça predominância no setor, segundo a APCC.
O salário médio dos operadores de contact centers voltou a subir acima da inflação em 2024, ano em que a contratação sem termo neste setor reforçou a sua predominância. Em simultâneo, de acordo com um novo estudo da Associação Portuguesa de Contact Centers (APCC), o teletrabalho e o regime híbrido diminuíram, contrariando a tendência registada na globalidade do mercado de trabalho.
Começando pelo vencimento, de acordo com a análise da APCC divulgada esta terça-feira, a remuneração média mensal dos operadores cresceu 4,4% para 973 euros brutos em 2024. “Este crescimento é tanto mais significativo quando devemos ter em conta que se mantém a elevada rotatividade de operadores, com sucessivas vagas de recrutamento de novos colaboradores com remunerações de início de carreira“, nota a associação no relatório.
Já no caso dos supervisores, o ordenado médio aumentou 6,7%, para 1.230 euros mensais brutos. Além disso, a APCC destaca que o valor médio do subsídio de alimentação diário subiu de 7,31 euros para 7,6 euros.
No que diz respeito ao tipo de vínculo mais popular, os dados mostram que continua a predominar o contrato sem termo neste setor, que passou de 50,7% para 54,6% dos trabalhadores.
Em contraste, o trabalho temporário caiu de 3,4% para 2,4% e a contratação a termo passou de 45,2% em 2023 para 40,8% em 2024. Já os regimes de prestação de serviços cresceram de 0,7% para 2,3%, como mostra o gráfico abaixo:
Quanto à distribuição dos trabalhadores por regime de trabalho, há a notar que 20% estão 100% em teletrabalho. Tal corresponde a uma quebra de sete pontos percentuais face a 2024.
E também o regime híbrido tem agora menos expressão, ao passar de 38% dos trabalhadores para 32%. Neste caso, há outra nuance a realçar: a modalidade com dias fixos recuou (de 24% para 17%), enquanto a modalidade sem dias fixos presenciais aumentou (de 14% para 15%).
Em contrapartida, o regime totalmente presencial passou a abranger 48% dos trabalhadores, mais 13 pontos percentuais do que em 2024.
“Quando inquiridos sobre a evolução até ao final de 2025, a indicação obtida é de continuada redução do 100% remoto, de 20% para 17%, com ligeiros reforços do 100% presencial (+1%) e dos regimes híbridos (+2%)”, precisa a APCC.
“Do lado dos regimes híbridos, a modalidade com dias fixos presenciais aumentará 3% (de 17% para 20%) enquanto que a opção sem dias fixos presenciais terá um decréscimo de 1% (de 15% para 14%). Deste modo, os regimes híbridos evoluem de 32% para 34%, acrescenta a associação.
Relativamente à formação que é disponibilizada no setor, a análise indica que, em média, as ações formativas iniciais estão a durar 20 dias, menos do que os 21,5 dias registados em 2023. “Ainda assim deve assinalar-se alguma estabilidade neste indicador, uma vez que 20 dias era o registo verificado em 2022″, ressalva a APCC.
Numa nota mais positiva, a formação ao longo do ano aumentou significativamente de 69 para 74 horas nos operadores, e de 63 para 65 horas nos supervisores.
Quanto ao perfil dos trabalhadores dos contact centers, o ensino superior é o nível de habilitações escolares mais frequente (56,6%), seguindo-se a formação superior (30%). Predomina o género feminino tanto entre os operadores, com 68%, como entre os supervisores, com 62%.
“Quanto à distribuição por escalão etário, predomina o escalão de 25 a 40 anos, com 53,7% entre os operadores e 60,3% entre os supervisores”, acrescenta a APCC, no estudo para o qual recolheu respostas de 1.950 operações e linhas de atendimento, nas quais trabalham 64.529 Colaboradores.
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