Perdas seguradas provocadas por incêndios florestais aumentam 650% em 20 anos
"Na Europa, atualmente 85% da área ardida situa-se no sul da Europa (Portugal, Espanha, França, Itália e Grécia) devido às condições meteorológicas de maior risco na região", diz a Allianz.
Entre 2000 e 2020, as perdas seguradas globais provocadas por incêndios florestais subiram mais de seis vezes de 8,7 mil milhões para 56,3 mil milhões de dólares. Segundo o relatório publicado pela Allianz Commercial, o aumento da frequência e intensidade e alcance geográfico dos incêndios florestais foi impulsionado pelas alterações climáticas, atividade humana e novas dinâmicas de uso do solo.
De acordo com o estudo da série ‘Emerging Risk Trend Talk’, áreas que anteriormente eram “consideradas de baixo risco estão agora igualmente expostas”, como revelam os casos recentes de incêndios no Canadá, Escandinávia, Rússia e Coreia do Sul. Portugal, assim os restantes países do sul da Europa, continua a ter exposição elevada a risco de incêndio florestal.
Há fatores da vegetação que aumentam o risco. Os troncos das árvores ardem frequentemente mais tarde, depois de a frente de fogo ter passado. O óleo natural inflamável dos eucaliptos” plantados em Portugal aumentam a carga de combustível local, indica.
“Na Europa, atualmente 85% da área ardida situa-se no sul da Europa (Portugal, Espanha, França, Itália e Grécia) devido às condições meteorológicas de maior risco na região mediterrânica”, lê-se no relatório.
Os principais riscos são danos à propriedade (como edifícios, equipamentos, mercadoria, entre outros), interrupção do negócio, lesões corporais e até a morte, danos ambientais (como a poluição do ar e destruição de habitat) e danos reputacionais – este último quando se é parcial ou totalmente responsável por provocar o incêndio.
Para evitar que o risco se materialize e mitigar os seus efeitos, a seguradora recomenda que as empresas apostem na “criação de espaços defensáveis e gestão de vegetação envolvente” e que utilizem “materiais não combustíveis nas infraestruturas”.
Na área de mitigar os efeitos dos incêndios, a Allianz aconselha os empresários a desenvolver “planos de continuidade de negócios específicos para incêndios florestais” e a adaptarem permanentemente “a novas tecnologias de deteção, previsão e supressão”.
O fornecimento de energia está mais exposto a este risco que outros serviços. Também o setor imobiliário e da construção, a agricultura, o transporte e o retalho pertencem ao grupo dos setores mais expostos ao risco de incêndio florestal.
O relatório conclui que a atenuação dos riscos de incêndio florestal exige uma abordagem integrada, que combine conformidade regulatória, adaptação às alterações climáticas e investimento contínuo em tecnologia e planeamento estratégico.
A série Emerging Risk Trend Talk da Allianz Commercial destaca tópicos dedicados aos riscos críticos para as empresas, juntamente com medidas recomendadas de mitigação de riscos e prevenção de perdas.
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