“Não temos margem para aumentar salários sem reforçar produtividade”. Ouça o podcast “Trinta e oito vírgula quatro”
Os portugueses trabalham, em média, 38,4 anos. É esse o valor que dá título a este podcast que se debruça em entrevistas quinzenais sobre os temas mais quentes do mundo do trabalho.
Carlos Tavares acredita que Portugal não está condenado a comparar mal, em termos salariais, com os demais países europeus. Mas avisa que para acelerar os vencimentos é preciso aumentar a produtividade, o que depende das políticas dos Governos e das decisões das próprias empresas.
Neste episódio do podcast “Trinta e oito vírgula quatro“, o ex-ministro da Economia deixa também um recado sobre o IRS: os Orçamentos do Estado não deviam ser palco de constantes mudanças (pontuais) a este imposto.
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Carlos Tavares, coordenador do Observatório de Políticas Económicas e Financeiras da SEDES, em entrevista ao podcast do ECO "Trinta e oito vírgula quatro" Hugo Amaral/ECO -
Carlos Tavares defende reforma profunda do IRS. Hugo Amaral/ECO -
Carlos Tavares critica mudanças pontuais do IRS, nomeadamente na retenção na fonte. Hugo Amaral/ECO
“Não temos margem, por muito que nos custe, para aumentar os salários sem um aumento concomitante da produtividade”, sublinha o economista, que precisa que, para isso, cabe aos Governos reduzir os custos de contexto das empresas, e aos empregadores apostar, nomeadamente, em equipamentos e na qualidade da sua gestão.
Melhorar a produtividade não é, pois, uma questão de horas trabalhadas, salienta o também coordenador do Observatório de Políticas Económicas e Financeiras da SEDES.
Sobre a tributação dos salários, o ex-ministro atira que o IRS é hoje uma manta de retalhos, e defende que não devia ser possível estar a alterar todos os anos o imposto, com ajustes apenas pontuais.
Tabelas de retenção na fonte não deviam ser suscetíveis de ser alteradas conforme os Governos querem aumentar o rendimento disponível a curto prazo.
Crítica semelhante faz às alterações constantes às tabelas de retenção na fonte: “não deviam ser suscetíveis de ser alteradas conforme os governos querem aumentar o rendimento disponível a curto prazo“.
O “Trinta e oito vírgula quatro” é um podcast de entrevistas quinzenais sobre as tendências que estão a fazer mexer o mercado de trabalho.
Estamos a viver mais, mas também estamos a trabalhar durante mais tempo. Numa década, a duração média estimada da vida de trabalho dos portugueses cresceu dois anos para 38,4. É esse o valor que dá título a este podcast e torna obrigatória a pergunta: afinal, se empenhamos tanto do nosso tempo a trabalhar, como podemos fazê-lo melhor?
Nesta temporada especial (de sete episódios, entre abril e julho), vamos explorar essa questão do ponto de vista dos rendimentos.
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