PS critica substituição do Intercidades por “automotoras obsoletas” no Alentejo

  • Lusa
  • 3 Julho 2025

A CP retirou recentemente “as modernas e confortáveis carruagens Intercidades” do Alentejo e trocou-as por “automotoras UTE 2240, material manifestamente inadequado para longas distâncias”, diz o PS.

O PS criticou esta quinta-feira a substituição das carruagens do comboio Intercidades por “automotoras obsoletas” no Alentejo, considerando tratar-se de “um grave retrocesso na qualidade” do serviço prestado pela CP e “um desrespeito pelos seus utentes” na região. A agência Lusa questionou a CP – Comboios de Portugal sobre o assunto, na quarta-feira à tarde, através de correio eletrónico, após ter tido conhecimento de várias críticas de utentes, mas, até agora, não obteve resposta da empresa.

Em comunicado, a Federação de Évora do PS indicou que a CP retirou recentemente “as modernas e confortáveis carruagens Intercidades” do Alentejo e trocou-as por “automotoras UTE 2240, material manifestamente inadequado para longas distâncias”.

“Esta medida representa um grave retrocesso na qualidade do transporte público da região e um desrespeito pelos seus utentes”, afirmou a estrutura socialista. Também a Direção Regional do Alentejo do PCP referiu que as ligações ferroviárias entre Lisboa e Évora “estão a ser feitas com material circulante desadequado da procura, com queixas permanentes dos utilizadores”.

Já o PS de Évora, alegou que a decisão de substituir as carruagens no Alentejo surgiu na sequência do acidente que envolveu um comboio Intercidades e um camião, ocorrido há duas semanas, na Linha da Beira Baixa. “A troca de material circulante penaliza diretamente os milhares de passageiros que diariamente dependem do comboio para trabalhar, estudar e se deslocar, forçando-os a viajar em condições de desconforto e indignidade”, realçou.

Assinalando que foi um Governo socialista que, em 2019, permitiu ao Alentejo receber pela primeira vez o Intercidades, o PS salientou que esta decisão “anula essa conquista e repõe uma política de discriminação que se julgava ultrapassada”. Citado no comunicado, Luís Dias, presidente da Federação Distrital de Évora do PS e deputado do partido eleito por este círculo eleitoral, considerou que a decisão da CP “é inaceitável e revela um profundo desrespeito pelos alentejanos”.

“Não somos, nem aceitamos ser, cidadãos de segunda. A conquista de um transporte ferroviário digno foi um passo importante para a coesão territorial e o desenvolvimento do Alentejo. Retirar-nos agora essa condição, usando a nossa região como solução de recurso, é uma afronta que não vamos tolerar”, sublinhou.

No comunicado, a federação socialista exigiu a reposição imediata das carruagens Intercidades nas ligações ao Alentejo e um compromisso por parte da CP e da tutela de que “o Alentejo não voltará a ser discriminado na alocação de material circulante”.

“A continuidade do investimento na modernização da ferrovia na região, essencial para o seu desenvolvimento económico e social”, é outra das reivindicações dos socialistas.

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