Moção de censura a Ursula Von der Leyen chumbada
Apesar da rejeição, a moção de confiança sinaliza a crescente oposição política a von der Leyen, que está cada vez mais em desacordo com dois dos principais partidos que a levaram ao poder.
O Parlamento Europeu chumbou esta quinta-feira a moção de censura contra a Comissão Europeia. O documento, que tinha sido apresentada por 77 eurodeputados de direita e extrema-direita, incluindo António Tânger Correia, eleito pelo Chega, foi rejeitado com 360 votos contra, 175 a favor e 18 abstenções.
Para ser aprovada, seria necessária uma maioria de dois terços dos votos expressos, que representasse a maioria dos membros que compõem o Parlamento. Se tivesse perdido a votação, Ursula von der Leyen e o Colégio de Comissários teriam sido obrigados a demitir-se.
Embora a maioria tenha apoiado a líder do Executivo comunitário, a vice-presidente do Parlamento Europeu, Katarina Barley, do grupo dos Socialistas e Democratas (S&D), disse que muitos eurodeputados estão determinados a que esta seja a “última oportunidade absoluta” para von der Leyen.
Muitos eurodeputados do Partido Popular Europeu (PPE), do S&D, dos liberais do Renew Europe e dos Verdes, que apoiaram a eleição da atual presidente da Comissão Europeia para um segundo mandato, não compareceram no momento da votação.
Não obstante, von der Leyen não está livre de problemas. A moção de confiança — a primeira desde 2014 — expõe a crescente oposição política à líder do Executivo comunitário que, como grande parte da Europa, parece ter-se desviado para a direita, colocando-a em desacordo com dois dos principais partidos que a levaram ao poder.
Ainda que tenha sobrevivido à moção votada esta quinta-feira, as famílias políticas de todo o espetro não deixaram de expor as suas queixas contra a Comissão no decorrer deste processo, sobretudo no que toca a matéria de transparência e de centralização do poder, do recuo no Pacto Ecológico ou de acusações de violação dos procedimentos institucionais da UE.
Para garantir o voto contra dos socialistas e dos liberais, que ameaçaram votar a favor da moção, von der Leyen prometeu manter o Fundo Social Europeu, destinado a combater a pobreza e a apoiar os grupos vulneráveis, como parte do orçamento da União Europeia, apesar das indicações anteriores de que ficaria de fora.
(Notícia atualizada às 12h17)
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