Air France-KLM mantém interesse na TAP, mas só avança sem “muito risco”

O CEO da Air France-KLM afirmou esta quinta-feira que o grupo continua a estudar a compra de uma posição na companhia e vai ter em conta o impacto na melhoria da margem financeira.

A Air France-KLM reafirmou esta quinta-feira o interesse em adquirir uma participação na TAP, garantiu que continua “a estudar” essa oportunidade, mas explicou que será sempre uma “decisão de negócio” – e caso a empresa franco-neerlandesa encontre “muito risco” nem se lança na corrida.

“É uma decisão de negócio e tem de ser claro que é um caminho para, como qualquer investimento que façamos, uma melhoria da margem do grupo. É esse, realmente, o fator decisivo”, começou por explicar o CEO, Benjamin Smith, na conferência de imprensa para apresentação dos resultados do segundo trimestre.

“Portanto, quaisquer que sejam as condições, quaisquer que sejam os remédios que possam ser implementados pela Comissão Europeia, se ainda houver confiança de que será um resultado positivo para nós, obviamente que ainda estamos interessados. Se não for esse o caso, se houver muito risco, então não estamos”, explicou o CEO da Air France-KLM.

Questionada sobre se tem estado em reuniões com o Governo português, empresa com sede em França, que é dona das companhias Air France, KLM, Transavia e Martinair, referiu apenas que o “interesse na TAP ainda se mantém” e é prematuro falar sobre as conversações. “Continuamos a estudar se faz sentido, do ponto de vista financeiro e do ponto de vista da rede, investirmos. Mas, em termos de discussões e negociações com os donos da empresa… É muito cedo para me pronunciar”, disse Benjamin Smith aos jornalistas.

No primeiro semestre, a holding de transportadoras aéreas registou um lucro de 401 milhões de euros, o que representa uma melhoria em relação aos prejuízos de 314 milhões de euros que a multinacional teve no mesmo período de 2024.

Destaque para o lucro operacional no segundo trimestre, que aumentou 43% (ou 223 milhões de euros) de um ano para o outro e fixou-se nos 736 milhões de euros, permitindo compensar as perdas dos primeiros três meses de 2025. A margem foi de 8,7%.

“Este desempenho foi impulsionado por um aumento de 176 milhões de euros nas receitas unitárias na rede de passageiros, carga e Transavia, enquanto os custos unitários, incluindo combustível, permaneceram praticamente estáveis”, explicou o grupo de aviação, no relatório financeiro.

Encomendas à Boeing livre de tarifas

O número de passageiros transportados pelas várias marcas também aumentou tanto no segundo trimestre como no primeiro semestre: mais 5,9% para 27,3 milhões e mais 5,3% para 49 milhões, respetivamente. A contribuir para este crescimento estiveram os voos de longo curso para a América do Norte, cujos voos levaram mais 3% de passageiros (4,6 milhões). É por esse motivo que a empresa garantiu não sentiu os efeitos de eventuais ventos contrários vindos dos Estados Unidos.

Em relação às tarifas, o CEO da Air France-KLM mostrou-se particularmente “satisfeito que o setor aeroespacial pareça estar isento” das taxas aduaneiras às importações norte-americanas, até porque tem compras no ‘carrinho’ da fabricante Boeing, do estado da Virgínia.

“O que foi realmente importante foi que as aeronaves, os motores e o aeroespacial não foram afetados – parece ser esse o caso. Temos alguns aviões encomendados, que ainda serão entregues pela Boeing, e que isso poderia gerar custos adicionais. Estamos satisfeitos que o setor aeroespacial pareça estar isento”, frisou o gestor.

Notícia atualizada às 11h49

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