Gasto em segurança de executivos dos EUA atinge nível recorde após assassinatos em Nova Iorque
Empresas dos EUA gastam cada vez mais para manter a segurança dos seus executivos face a um aumento das ameaças e ao assassinato de dois gestores nos últimos oito meses.
As empresas norte-americanas duplicaram o número de equipas de segurança à paisana fora dos edifícios na cidade de Nova Iorque após um tiroteio na semana passada que fez quatro vítimas mortais, segundo a Allied Universal, uma empresa privada de serviços de segurança e instalações.
Além disso, de acordo com dados da Equilar, que analisou os registos financeiros das 500 maiores empresas públicas dos EUA por receita, a despesa média com segurança para altos funcionários, incluindo diretores executivos, financeiros e outros, aumentou 16%, para um recorde de 106.530 dólares, no ano passado.
Os gastos com segurança incluem sistemas de vigilância e alarme para as casas dos executivos, guardas pessoais e proteções de cibersegurança. Os analistas da Equilar afirmaram que a tendência provavelmente irá continuar, à medida que as empresas lidam com as crescentes ameaças aos seus executivos e funcionários.
A percentagem de executivos com essa proteção aumentou de 23,3% para 33,8% entre 2020 e 2024, ainda segundo a Equilar. Quase um terço dos CEO (32,4%) recebeu serviços de segurança no ano passado, contra 21,9% em 2020; o valor das vantagens de segurança desses CEO atingiu uma mediana de 77.976 dólares em 2024, contra 40.052 dólares em 2020.
“A tendência não é surpreendente, considerando as preocupações mais amplas com a segurança dos executivos face à instabilidade geopolítica, às crescentes ameaças cibernéticas e à alta visibilidade pública dos cargos de liderança”, afirmou a empresa no seu relatório.
Walmart, General Motors, American Express e a fabricante de chips Broadcom são exemplos de empresas que reportaram novos gastos ou mais elevados em segurança face aos anos anteriores.
“É indescritível. Nunca conheci ninguém que tivesse sido assassinado”, afirmou Rich Friedman, presidente da Goldman Sachs Asset Management, que trabalhou com uma das vítimas, a executiva da Blackstone, Wesley LePatner. A sua morte abalou Wall Street, embora as autoridades acreditem que o seu assassinato tenha sido um evento aleatório.
A polícia disse que o atirador tinha como alvo a sede da Liga Nacional de Futebol Americano, que fica no mesmo edifício na zona de Midtown, em Manhattan, onde LePatner trabalhava. O atirador também matou um agente da polícia de Nova Iorque, um segurança do edifício e um funcionário da empresa imobiliária Rudin antes de apontar a arma a si próprio.
O porta-voz do Citigroup, Ed Skyler, descreveu o ataque de 28 de julho como “chocante”. “Compreensivelmente, o dia de ontem também deixou muitos de nós inquietos”, disse, garantindo, numa nota aos funcionários, que o banco reforçou a segurança na sua sede em Manhattan ao longo do último ano.
Segundo o CEO da BlackCloak, uma empresa de cibersegurança, as ameaças contra executivos “aumentaram enormemente desde 2020”. Chris Pierson assinalou que o homem acusado de assassinar uma congressista do Minnesota e o seu marido perto de Minneapolis em junho mantinha alegadamente uma lista de alvos composta principalmente por outros políticos.
Ben Joelson, chefe de risco de segurança e resiliência do Chertoff Group, uma consultora em segurança, disse que as ameaças contra executivos são maiores do que em qualquer outro momento da década em que trabalhou na área, chamando a atenção para publicações nas redes sociais que ampliam as reclamações contra líderes institucionais. A inteligência artificial está a agravar o problema, o que leva a um “aumento exponencial” nas tentativas realistas de phishing, acrescentou, citado no relatório da Equilar.
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