TAP fecha primeiro semestre com prejuízos de 70,7 milhões apesar de melhoria entre abril e junho
CEO afirma que problemas no controlo de fronteiras nos aeroportos estão a afetar “significativamente a atividade” da companhia.
A melhoria dos resultados no segundo trimestre não foi suficiente para tirar as contas da TAP do vermelho no conjunto dos primeiros seis meses do ano, que fecharam com um prejuízo de 70,7 milhões de euros, bem acima dos 24,8 milhões negativos do mesmo período do ano passado.
Entre abril e junho a companhia aérea conseguiu um lucro de 37,5 milhões de euros, depois de prejuízos de 108 milhões entre janeiro e maço, ainda assim menos 28% do que em idêntico período do ano passado. A transportadora assinala que o resultado do segundo trimestre beneficiou da redução do encargo com juros, mas foi penalizado por perdas cambiais.
As receitas recuaram 1% no primeiro semestre para 1.955,2 milhões, ainda que a companhia aérea tenha transportado mais 2,2% de passageiros. Um desempenho que beneficiou, ainda assim, do crescimento de 1,7% das receitas entre abril e junho, que a TAP diz terem sido impulsionadas pelo “efeito calendário da Páscoa, reforçado pela melhoria da taxa de ocupação (+2,3 pontos percentuais) e pelo aumento da capacidade (+4,8%)”.
O período fica marcado por um crescimento de 3,8% nos gastos operacionais, para 1.964,2 milhões, impulsionado pelo aumento dos encargos com pessoal (13,6%) e das depreciações, amortizações e perdas por imparidade (17,6%). O resultado operacional ficou abaixo da linha de água, nos 9,1 milhões negativos, o que compara com 83 milhões positivos no primeiro semestre de 2024.
“Após um início de ano desafiante, a TAP registou uma performance positiva no segundo trimestre, com um aumento das operações e das receitas face ao mesmo período do ano anterior. Esta dinâmica traduziu-se em resultados operacionais sólidos, contribuindo para compensar parcialmente o impacto dos eventos extraordinários ocorridos no primeiro trimestre e reforçando tanto a resiliência das nossas equipas como a robustez da nossa rede”, afirma o presidente executivo, Luís Rodrigues, citado em comunicado.
À medida que executamos um dos verões operacionalmente mais difíceis do passado recente, com constrangimentos severos no controlo de fronteiras nos aeroportos nacionais, impactando significativamente a nossa atividade, mantemos o foco em garantir uma operação fiável, trabalhando no progresso do ecossistema da aviação nacional.
O gestor aponta um ambiente altamente competitivo, com pressão sobre as receitas unitárias e “desafios operacionais persistentes” que afetam a pontualidade. “À medida que executamos um dos verões operacionalmente mais difíceis do passado recente, com constrangimentos severos no controlo de fronteiras nos aeroportos nacionais, impactando significativamente a nossa atividade, mantemos o foco em garantir uma operação fiável, trabalhando no progresso do ecossistema da aviação nacional”, assinala.
Perspetivando o resto de 2025, a companhia refere que as reservas encontram-se, à data, “em linha com o ano anterior, apesar do aumento da capacidade e da tendência para janelas de reserva mais curtas”. “A pressão concorrencial nos principais mercados deverá manter-se, continuando a condicionar a evolução das receitas unitárias”, acrescenta.
A TAP viu a sua posição de liquidez melhorar significativamente, com um aumento de 515,2 milhões de euros para 1.166,8 milhões de euros. A dívida financeira líquida, que desceu para 382,6 milhões, é equivalente a 2,2 vezes o EBITDA, com o rácio a melhorar face às 2,4 vezes do final de 2024.
(Notícia atualizada às 8h30)
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