Fórum para a Competitividade antecipa “timidez” do PIB no terceiro trimestre
Fórum para a Competitividade espera que o consumo das famílias beneficie do aumento do emprego e da alteração das tabelas de IRS. E assume que Governo tem pouca margem para concessões no OE.
O Fórum para a Competitividade está a antecipar “alguma timidez” no desempenho da economia portuguesa no terceiro trimestre. Ainda assim, avisa que os dados preliminares que foram divulgados pelo INE e Banco de Portugal foram “mistos”, o que recomenda alguma prudência na sua leitura.
O indicador diário de atividade do Banco de Portugal apresentou um valor marginalmente negativo em julho, deteriorando-se em agosto, adianta o Fórum para a Competitividade. Já o clima económico medido pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) estabilizou em julho e “aumentou ligeiramente” em agosto.
“Estamos, ainda, perante uma disparidade significativa nos indicadores sobre o terceiro trimestre, o que recomenda alguma prudência na sua leitura”, considera o Fórum para a Competitividade numa nota divulgada esta quinta-feira.
O Fórum para a Competitividade frisa que o “consumo deverá continuar a beneficiar do aumento muito significativo do emprego, da alteração das tabelas de IRS, mas já não da descida das taxas de juro”.
Alertou, ainda assim, para o ambiente internacional que continua com um nível de risco muito elevado e ao qual somaram recentemente dois novos fatores de instabilidade: os ataques à Reserva Federal americana e os riscos em França.
Segundo o Fórum, a clarificação das perspetivas internacionais poderá ajudar a relançar o investimento e também terá uma palavra importante no que diz respeito ao desempenho das exportações.
Em relação às discussões sobre o Orçamento do Estado para 2026, o Fórum para a Competitividade lembra que o quadro de políticas invariantes apresentado pelo Governo mostrou compromissos orçamentais já assumidos de quase 4,45 mil milhões de euros, o que poderá condicionar as negociações com os outros partidos.
“Existe um condicionamento claro sobre as negociações do OE26, o que até pode ser uma vantagem para o Governo, ao mostrar que não há margem para muitas concessões”, assume o Fórum para a Competitividade.
“Ainda assim, esperam-se reformas estruturais, muitas das quais sem grande impacto orçamental, que possam aumentar o potencial de crescimento da economia portuguesa. Não podemos ter grandes expectativas sobre a conjuntura, pelo que terá de ser pela via das mudanças estruturais que conseguiremos um bom desempenho da economia”, aponta a entidade.
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