Caixa indica dois ex-gestores para a administração da seguradora Fidelidade

José João Guilherme e Nuno Martins terminaram o mandato no banco público em julho e foram agora nomeados para administradores não executivos da maior seguradora nacional.

Nuno Martins e José João Guilherme (destacados a cores) deixaram a comissão executiva da Caixa em julho.

José João Guilherme e Nuno Martins acabaram de sair da comissão executiva da Caixa Geral de Depósitos (CGD). Agora, ambos foram nomeados pelo banco público para administradores não executivos da Fidelidade para concluir o mandato que termina no final do ano.

Os dois antigos gestores da Caixa vão ocupar os lugares deixados vagos por António Valente e Eduardo Stock da Cunha, que renunciaram aos cargos na seguradora na sequência das suas nomeações para a administração do banco do Estado. Desde 19 de julho, António Valente é administrador financeiro e Stock da Cunha administrador não executivo e membro da comissão de auditoria da Caixa.

As nomeações por cooptação de José João Guilherme e de Nuno Martins para a Fidelidade foram deliberadas no início deste mês pelo conselho de administração da seguradora controlada pela Fosun. O conglomerado chinês detém 85% da seguradora portuguesa, enquanto a Caixa possui 15%.

Para iniciarem funções na seguradora, ainda que o mandato da atual administração termine no final deste ano, os dois ex-gestores do banco do Estado obtiveram as autorizações necessárias da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), adiantou fonte oficial da Caixa em resposta às questões colocadas pelo ECO.

A mesma fonte deixou a porta aberta para que José João Guilherme e Nuno Martins sejam novamente indicados para o mandato de três anos na seguradora que tem início no próximo ano.

“A eleição do conselho de administração da Fidelidade para o próximo mandato deverá ter lugar na assembleia geral anual a realizar no primeiro semestre de 2026, dependendo da deliberação dos órgãos competentes dos acionistas e da autorização prévia por parte da ASF, fundamentada no processo de avaliação da adequação dos candidatos para o exercício de funções”, respondeu o banco liderado por Paulo Macedo, quando questionado sobre essa possibilidade.

A Fidelidade – que não quis fazer comentários sobre as nomeações – é a maior seguradora em Portugal, com uma quota de mercado superior a 30%. Está ainda presente em mais de uma dezena de países, com destaque para a América do Sul.

Com mais de 14 mil trabalhadores, o grupo segurador liderado por Jorge Magalhães Correia (chairman) e Rogério Campos Fernandes (CEO) registou lucros de 173 milhões de euros em 2024, mais 4% em relação ao ano anterior, com prémios brutos emitidos de 6,17 mil milhões de euros – dos quais 70% em Portugal e 30% nas operações internacionais.

Na semana passada, a Fidelidade anunciou a venda de 40% do grupo de hospitais Luz Saúde ao australiano Macquarie por 310 milhões de euros. E, recentemente, anunciou um projeto imobiliário para a construção da nova sede do Banco de Portugal nos terrenos da antiga Feira Popular, em Lisboa, num negócio que prevê um encaixe de 190 milhões de euros.

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