CaixaBank, Enel, BMW, Telefónica e Microsoft, entre as empresas mais bem avaliadas em critérios ESG em 2025

  • Servimedia
  • 22 Setembro 2025

A ponderação dos critérios ASG (Ambientais, Sociais e de Governança) está passar por uma mudança, com uma influência crescente entre os investidores de empresas sustentáveis.

A luta contra as alterações climáticas e a exclusão de setores como o armamentista perderam protagonismo em relação a métricas mais centradas no impacto social e na transparência.

Desde que os critérios ESG começaram a ser aplicados, existe a perceção de que os setores energético e das energias renováveis ditavam as regras, mas a realidade demonstra que o setor financeiro também lidera. Neste contexto, o CaixaBank é a entidade de referência em sustentabilidade. A instituição bancária foi reconhecida pelo seu papel de destaque neste domínio, tendo sido incluída pelo décimo terceiro ano consecutivo pela S&P Global no Dow Jones «Best in Class» (anteriormente, Dow Jones Sustainability Index), com uma classificação de 86 em 100, o que a coloca como a nona instituição financeira mais sustentável do mundo e a segunda da Europa.

A melhoria de quatro pontos em relação ao exercício anterior deve-se a áreas-chave como transparência, relatórios, influência nas políticas públicas, tratamento da informação, cibersegurança e experiência do cliente. Desta forma, o CaixaBank melhorou significativamente nos três pilares avaliados: ambiental, social e de governança. A Bloomberg, referência para a comunidade de investidores, atribui-lhe uma nota conjunta em sustentabilidade de 6,94, acima do Santander (6,92), com pior avaliação em Composição do Conselho e Práticas laborais e de emprego. O CaixaBank também supera o BBVA (5,96), a Telefónica ou a Iberdrola (6,51), a Endesa (5,78) ou a Naturgy (5,70). Além disso, recebeu a nota máxima “A” da CDP em gestão climática, subiu para a categoria AA nas MSCI ESG Ratings e foi destacada na ISS ESG, Sustainalytics, Sustainable Fitch ou FTSE Russell pelo seu desempenho em transparência, governança e impacto social.

O contexto geopolítico causou essa mudança dos indicadores verdes para os sociais e de governança. Sem os esquecer, é claro, já que os fatores ambientais continuam a ser uma referência. Os gestores de fundos e pensões, no entanto, estão a valorizar mais fatores como finanças sustentáveis, ética e conformidade, segurança de dados e privacidade, inclusão financeira ou práticas laborais e de emprego. Ou seja, o S e o G de ASG.

Essas áreas citadas são, por exemplo, as que a Bloomberg inclui ao apresentar o seu painel ASG de uma empresa e atribuir-lhe uma nota global. Da mesma forma, as principais agências de classificação e índices internacionais, como S&P Global, MSCI, ISS ESG, Sustainalytics, FTSE Russell ou CDP, endureceram as suas avaliações em 2025, colocando em posições de liderança as empresas que combinam globalmente toda a sua estratégia de sustentabilidade.

Nos EUA, a Microsoft continua entre as empresas tecnológicas mais bem avaliadas, não só por reduzir a pegada de carbono, mas também pela sua sólida governação, ética tecnológica e programas sociais em grande escala, com pontuações destacadas na MSCI e na Sustainalytics. A Apple, apesar das críticas à sua cadeia de abastecimento, figura em índices de referência como o FTSE4Good pelo seu compromisso com a circularidade e a redução da pegada de carbono. A Tesla, após anos de volatilidade, continua no radar dos analistas como referência em eletrificação, embora com dúvidas em matéria de governança. Estas duas últimas brilham em A, mas não são tão boas em S ou G.

No setor energético europeu, a Enel e a Iberdrola foram reconhecidas pela S&P Global e pela CDP pelos seus planos de transição para energias renováveis e redução de emissões. No setor automóvel, a BMW e a Volvo subiram posições nos rankings internacionais graças ao seu compromisso com a eletrificação e a circularidade na cadeia de valor. Nas telecomunicações, a Telefónica mantém-se em índices de referência como o FTSE4Good pelos seus avanços na digitalização sustentável.

Esta evolução global marca uma nova fronteira na competitividade: as empresas melhor posicionadas em sustentabilidade não só atraem capital e investidores institucionais, como também reforçam a sua resiliência face a riscos regulatórios, reputacionais e climáticos.

MOTIVOS PARA A MUDANÇA

Existem fatores claros que explicam a mudança do foco climático para uma visão mais global e integradora. A guerra na Ucrânia atuou como catalisador dessa mudança: o boom das petrolíferas e gasíferas na bolsa de valores, em contraste com a queda das energias renováveis, obrigou muitos fundos a rever as suas posições. Ao mesmo tempo, o aumento dos gastos mundiais com defesa levou vários gestores a suavizar os seus filtros de exclusão para não perderem a recuperação do setor. A rentabilidade prevaleceu e grandes gestoras de fundos americanas sublinharam que a primeira sustentabilidade é o lucro, porque sem ele as empresas não se sustentam. Neste sentido, a Blackrock reduziu consideravelmente o seu apoio a iniciativas ASG, o que lhe provocou alguns reembolsos, embora compensados por um maior volume de novas subscrições.

Neste contexto de maior escrutínio e sob acusações de «greenwashing», surgiu o conceito de «greenhushing», aplicado a empresas que optam por não comunicar os seus avanços sustentáveis para evitar críticas. Longe de diminuir a importância da sustentabilidade, este cenário torna-a mais decisiva: a sustentabilidade é agora percebida como um fator estrutural de competitividade e acesso ao capital.

Alguns analistas apontam que o futuro da sustentabilidade não é apenas climático; ele enfrenta desafios na governança — como a gestão dos conselhos de administração ou as interferências estatais —, no emprego — com o futuro das equipes em primeiro plano — e no impacto social, por meio de ações, fundações ou colaboração público-privada. Tudo isso sem perder de vista a rentabilidade.

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