CFP identifica 22 riscos para a economia e finanças públicas. Saiba quais são
Conselho das Finanças Públicas alerta para a "incerteza" em torno das previsões económicas e orçamentais divulgadas esta segunda-feira, identificando 15 riscos em baixa e sete riscos em alta.
O Conselho das Finanças Públicas alerta que o cenário macroeconómico e orçamental divulgado esta segunda-feira “continua pautado por um enquadramento de elevada incerteza”, identificando riscos maioritariamente descendentes sobre a atividade económica e que permanecem equilibrados para a inflação.
Da incerteza sobre a política comercial norte-americana, à volatilidade dos mercados financeiros, passando pelas pressões orçamentais, são diversos os riscos identificados pela instituição no relatório de atualização das previsões económicas divulgado esta segunda-feira. Existem ainda encargos que não foram contabilizados, como a redução adicional do IRS e a descida do IRC.
Contudo, há também riscos que podem surpreender pela positiva, como o consumo e o emprego.
Riscos negativos
- Instabilidade em torno da governação da política comercial dos EUA, incluindo dúvidas quando à capacidade de garantir o seu cumprimento e estabilidade do acordo alcançado com a UE;
- Maior volatilidade nos mercados financeiros
- Custos de financiamento mais elevados, dado os níveis elevados de dívida pública na Zona Euro
- Focos de tensão política, nomeadamente em França
- Custos humanos e materiais com eventos climáticos extremos
- A possibilidade de o investimento público crescer a um ritmo inferior ao esperado, em particular por atrasos adicionais na implementação financeira do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)
- O aumento da despesa com defesa necessário para atingir o compromisso NATO de 3% do PIB
- A medida já anunciada de redução adicional de IRS
- A medida já aprovada de redução do IRC prevista no programa do Governo até 2029
- Os incrementos anuais das despesas com o Complemento Solidário para Idosos (CSI) após 2025, que dependem de uma portaria a publicar anualmente
- Eventual devolução da receita arrecadada com a Contribuição Extraordinária sobre o Sector Energético (CESE) relativa ao gás
- Eventual alargamento da inconstitucionalidade a outros setores de energia para além do gás.
- Responsabilidades contingentes como parcerias público-privadas e garantias públicas (designadamente das linhas InvestEU e Garantia Jovem)
- Aumento das despesas com saúde em função do envelhecimento da população e desenvolvimento tecnológico
- Alargamento das revisões de carreiras a outros grupos profissionais da administração pública
Riscos ascendentes
Há contudo riscos em alta que podem conduzir a uma trajetória económica e orçamental mais favorável. Entre estes, destacam-se:
- Maior elasticidade da receita fiscal
- Crescimento mais robusto das contribuições
- Menor execução de investimento público financiado nacionalmente (incluindo através da componente de empréstimos do PRR)
- Encargos com juros inferiores, caso o cenário para a dívida pública se mostre mais favorável
- Aumento do consumo das famílias superior ao projetado, particularmente no contexto das medidas pro-cíclicas de estímulo ao rendimento adotadas recentemente
- Crescimento do emprego que pode continuar a surpreender pela positiva
- Aumento da despesa com defesa e infraestruturas na Europa
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