Javier Milei critica “governo de burocratas” da ONU que criou “camadas de agências e programas”

  • Lusa
  • 24 Setembro 2025

Na Assembleia-Geral da ONU, o presidente da Argentina elogiou ainda o homólogo americano Donald Trump e as medidas que tem anunciado em matéria de migrações ou taxas alfandegárias.

O Presidente da Argentina, Javier Milei, disse esta quarta-feira que as Nações Unidas são um “governo supranacional de burocratas internacionais” incapaz de promover a paz e a cooperação entre países, e elogiou o homólogo dos Estados Unidos, Donald Trump.

O modelo de êxito das Nações Unidas que falava na necessidade de paz sem vitória e que tinha como base a cooperação dos Estados-nação viu-se substituído por um modelo de governo supranacional de burocratas internacionais”, disse Milei, que discursava no debate geral da 80.ª sessão da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), a decorrer em Nova Iorque.

O Presidente da Argentina considerou que a ONU tenta “impor aos cidadãos do mundo um modo de vida determinado” e deixou de ser “uma organização que pretendia mediar a paz entre pares para a ser uma organização que pretende decidir não apenas o que deve fazer cada Estado ou nação, mas também cada um dos indivíduos nas diferentes latitudes do planeta”.

Para Milei, a ONU criou ao longo de décadas “camadas sobre camadas de organismos, agências e programas até alcançar uma hipertrofia de administrações que são pouco eficazes para resolver os problemas para os quais foram criadas”.

“Esta contradição entre grandes objetivos e resultados magros gerou uma erosão do prestígio desta casa”, disse Javier Milei, que defendeu que a ONU reserve a sua intervenção para questões que excedam as capacidades de ação dos Estados membros, propôs auditorias para “fechar programas ineficazes e consolidar o financiamento de resultados” e pediu que as regras das Nações Unidas sejam simplificadas para não serem um obstáculo ao crescimento económico.

Em contraposição ao que considera ser a ineficácia da ONU, Milei elogiou o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e as medidas que tem anunciado em matéria de migrações ou taxas alfandegárias, considerando que está a levar a cabo “uma tarefa de magnitudes titânicas” e a salvar o país que lidera de “uma catástrofe”.

“O Presidente Trump, nos Estados Unidos, também entende que é o momento de reverter uma dinâmica que estava a levar os Estados Unidos a uma catástrofe, e sabemos que uma catástrofe nos Estados Unidos é uma catástrofe global”, disse o chefe de Estado da Argentina.

Trump está “a tomar as decisões difíceis que este momento histórico exige”, disse Milei, acrescentando que ele próprio está a fazer o mesmo na Argentina. “A sua firme e bem-sucedida política para pôr um travão à imigração ilegal deixa isso bem claro. Entende que deve fazer o que é preciso, apesar de não gostar a muita gente, antes que seja demasiado tarde”, disse Milei.

Quanto às taxas alfandegárias anunciadas e adotadas pelos Estados Unidos, Milei disse ser “uma reestruturação sem precedentes dos termos do comércio internacional”, “uma tarefa de magnitudes titânicas” que afeta “o coração do sistema económico global, que estava a destruir o coração industrial do seu país e a afundá-lo numa crise de dívida sem precedentes”.

Javier Milei saudou ainda a “limpeza de captura institucional do Estado americano” que está a fazer Donald Trump, face à “infiltração de fações de esquerda que atentavam contra qualquer programa de reforma por mais necessária que fosse”.

O Presidente da Argentina considerou que há “uma escalada inadmissível de violência política por parte da esquerda a nível global”. “Este tipo de desafios que tanto eu como o Presidente Trump estamos a abordar têm um denominador comum que todos os países do mundo e até as organizações supranacionais devem enfrentar. Devem encontrar a forma de recuperar um interesse pelo futuro e não sucumbir à tentação de só atender ao presente”, afirmou.

O elogio de Milei a Trump surge pouco depois de o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, ter anunciado hoje que os Estados Unidos estão disponíveis para recomprar títulos da dívida argentina e facilitar o acesso ao dólar para apoiar a economia do país sul-americano, enfraquecida por turbulências financeiras nas últimas semanas.

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