Certificados de Aforro voltam a pagar menos em outubro, mas taxa permanece acima dos 2%
A taxa de juro base dos Certificados de Aforro subscritos em outubro será de 2,009%, cerca de 1,9 pontos base abaixo da taxa de juro dos títulos comprados em setembro.
Os aforradores voltarão a ser confrontados com uma descida na remuneração dos Certificados de Aforro no próximo mês. As subscrições realizadas em outubro terão uma taxa de juro base de 2,009%, segundo cálculos do ECO, que compara com uma taxa de 2,028% oferecida pelos Certificados de Aforro subscritos em setembro.
Apesar desta nova descida de 1,9 pontos base, a taxa de juro base dos Certificados de Aforro mantêm-se acima da fasquia psicológica dos 2%, preservando ainda parte da atratividade que têm caracterizado este produto de poupança nos últimos anos e que desde o início do ano já cresceu cerca de 11%, o equivalente a mais de 3,8 mil milhões de euros.
O movimento descendente da remuneração destes títulos de dívida do Estado para o retalho está diretamente relacionado com o comportamento da taxa Euribor a 3 meses (que serve de indexante à taxa de juro base), que caiu consistentemente desde o início de setembro, e nas últimas três sessões chegou mesmo a cotar abaixo dos 2%.
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Mesmo com as descidas registadas nos últimos meses, os Certificados de Aforro continuam a apresentar uma remuneração superior à oferecida pelos depósitos bancários tradicionais. Os dados mais recentes do Banco de Portugal, referentes a julho, mostram que a taxa de juro média dos novos depósitos a prazo se situa nos 1,39%, ficando claramente abaixo da remuneração atual dos Certificados de Aforro.
Esta vantagem competitiva tem sustentado a forte procura por este produto de poupança, que em agosto alcançou um novo recorde de 38,6 mil milhões de euros, resultado da captação de 325 milhões de euros em subscrições líquidas de resgates, que se traduziu num crescimento homólogo de 13,63% do stock.
A descida para 2,009% da taxa de juro base para os Certificados de Aforro subscritos em outubro representa mais um sinal do alinhamento da remuneração dos Certificados de Aforro com a trajetória descendente das taxas de juro europeias, numa altura em que a política monetária do BCE poderá sofrer novos ajustamentos nos próximos meses.
A taxa de juro base dos Certificados de Aforro da Série F é determinada mensalmente, através de uma fórmula baseada na média aritmética dos valores da Euribor a três meses observados nos dez dias úteis anteriores ao antepenúltimo dia do mês, para vigorar durante o mês seguinte. A taxa é arredondada à terceira casa decimal e está sujeita a limites mínimos e máximos, não podendo ser superior a 2,5% nem inferior a 0%.
A esta taxa pode ainda ser adicionado prémios de permanência, que variam consoante o período de aplicação, oscilando entre prémios de 0,25% (a partir do segundo ano) e 1,75% (no 14.º e 15.º ano).
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