Reestruturação e venda de jogadores dão lucro recorde de 39 milhões à SAD do Porto na época de estreia de Villas-Boas
Resultados acima de 100 milhões com a venda de jogadores e redução de custos operacionais e financeiros puxaram pelas contas da SAD portista.
A SAD do FC Porto fechou o exercício 2024/2025, o primeiro de André Villas-Boas na presidência, com um lucro recorde de 39,24 milhões de euros, o que compara com um prejuízo de 21,1 milhões de euros na época anterior.
As contas beneficiaram do valor inédito alcançado na venda de jogadores, que atingiu os 100,44 milhões de euros, conseguido com a cedência dos passes de jogadores como Evanilson, Galeno e Nico González. Os proveitos totais obtidos com transações de jogadores, que incluem também empréstimos e outras receitas associadas, totalizaram 171,5 milhões, mas tiveram um custo associado de 71,1 milhões.
Os proveitos operacionais, excluindo transações de jogadores, caíram 14% para 149,5 milhões de euros, refletindo o impacto negativo da não participação na Liga dos Campeões, atenuado pela receita de 17 milhões de euros da participação no Mundial de Clubes. Excluindo o efeito das provas da UEFA, os proveitos operacionais teriam subido 5%, por via do aumento do número de sócios, da venda de lugares anuais e da bilhética.
A reestruturação levada a cabo por André Villas-Boas, que em abril do ano passado sucedeu a Jorge Nuno Pinto da Costa, permitiu também cortar nas despesas, com os custos da SAD a caírem 17% para 29,37 milhões de euros através da redução dos gastos com fornecimentos e serviços externos e igualmente nos custos com pessoal.
Destaque ainda para a melhoria de 20% no resultado financeiro, que se cifrou em 23,7 milhões negativos, contra 29,7 milhões negativos no exercício 3023/2025.
Esta reestruturação, aliada aos muito expressivos resultados com transações de jogadores, permitiu que a FC Porto – Futebol, SAD apresentasse o resultado líquido mais elevado da sua história e cumprisse integralmente as regras de sustentabilidade financeira da UEFA no exercício de 2024/2025.
“Definimos e cumprimos objetivos de redução significativa de custos: em recursos humanos, incluindo os custos com o Conselho de Administração; em fornecimentos e serviços externos, incluindo despesas de representação; e em custos financeiros, na sequência do refinanciamento da dívida em condições mais favoráveis”, assinala André Villas-Boas no comunicado enviado esta quarta-feira à CMVM.
“Esta reestruturação, aliada aos muito expressivos resultados com transações de jogadores, permitiu que a FC Porto – Futebol, SAD apresentasse o resultado líquido mais elevado da sua história e cumprisse integralmente as regras de sustentabilidade financeira da UEFA no exercício de 2024/2025”, acrescenta o presidente portista.
Dívida líquida aumenta. Capitais próprios melhoram
A dívida financeira líquida agravou-se neste período, aumentando 4% para 254,1 milhões de euros. Recorde-se que a SAD concretizou a 11 de novembro, através da
sua subsidiária Dragon Notes, a emissão de obrigações no montante de 115 milhões de euros, com um prazo de vencimento de 25 anos. No último exercício realizou ainda duas ofertas públicas de subscrição de obrigações, num total de 71 milhões de euros.
O exercício fica, ainda assim, marcado por uma forte melhoria dos capitais próprios, apesar de se manterem abaixo da linha de água. Aumentaram 113,7 milhões de euros para 10,5 milhões negativos.
Uma evolução explicada pela incorporação do resultado líquido de 39,24 milhões de euros e pela parceria estabelecida com a Ithaka, que resultou na venda de 30% dos direitos de exploração do estádio (bilhética, corporate hospitality, naming rights e contratos de sponsorship associados ao Estádio, Museu, visitas e eventos não desportivos) por 65 milhões de euros.
Também melhor está a liquidez do clube, embora se mantenha no vermelho. Era a 30 de junho de -31,2 milhões de euros, o que compara com -243,3 milhões um ano antes, refere o comunicado.
(Notícia com última atualização às 9h13)
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