Há quem “poupe” mais de 200 euros com novos escalões e nova baixa do IRS. Veja as simulações
Escalões de IRS vão ser atualizados em, pelo menos, 3,5% em 2026, segundo portaria publicada esta sexta-feira. E também já há um novo alívio desse imposto acordado com o Chega.
Um solteiro sem filhos e com um salário bruto de 1.500 euros por mês vai “poupar” cerca de 58 euros no conjunto do próximo ano, com a atualização dos escalões de IRS publicada esta sexta-feira em Diário da República e com a nova descida desse imposto já acordada com o Chega. Mas há também quem veja o seu rendimento líquido subir mais de 200 euros com essas duas mudanças, de acordo com as simulações feitas pela EY para o ECO.
Desde 2024 que o Código do IRS prevê um mecanismo de atualização automática dos escalões de IRS com base na produtividade e na inflação, tendo o Governo publicado esta manhã uma portaria que indica que no próximo ano essa atualização será de 3,5%.
Na proposta de Orçamento do Estado que o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, vai entregar a 10 de outubro no Parlamento, o Executivo poderá ainda ir mais longe – terá mesmo de o fazer se quiser evitar um agravamento da carga fiscal face aos referenciais para os aumentos salariais do privado –, mas, pelo menos, essa atualização de 3,5% já é certa.
Certo também é que haverá um novo alívio do IRS no próximo ano, de 0,3 pontos percentuais das taxas entre o segundo e o quinto escalão. Uma vez que o IRS é um imposto progressivo, também os escalões superiores beneficiarão dessa diminuição.
Ora, com base nestas duas mudanças (os escalões atualizados e a nova baixa do IRS), a EY preparou um conjunto de simulações para o EY, que mostram que a “poupança” pode mesmo chegar aos 204 euros.
Vamos a casos práticos. Um solteiro sem filhos e um rendimento bruto mensal de 1.500 euros tem a pagar, à luz das regras atuais, 2.604,73 euros de imposto por ano. Com as alterações referidas, a “fatura” passa para 2.546,81 euros, o que significa que o seu rendimento bruto anual líquido aumentará de 16.085,27 euros para 16.143,19 euros. Em causa está uma subida do salário líquido de 57,92 euros no conjunto do ano.
Já no caso de um trabalhador também solteiro e sem filhos mas com um salário bruto mensal de dois mil euros, a “poupança” será de 151,37 euros, segundo as contas da EY. É que, neste caso, o IRS total a pagar passará de 4.378,90 euros em 2024 para 4.227,53 euros em 2025.
Vejamos ainda o caso de um solteiro sem filhos e com um salário de três mil euros mensais brutos. Este ano, o IRS a pagar é 9.039,52 euros, mas no próximo ano será de 8.835,80 euros, o que corresponde a uma subida do rendimento líquido de 203,72 euros.
E no caso dos casados? A EY estima que no caso de um casal (dois titulares) com um filho e 1.500 euros de salário bruto mensal por titular a “poupança” será de 115,84 euros no conjunto de 2026. Importa notar que esse é o valor para o total dos dois titulares. Por contribuinte, a poupança será de 58 euros, em linha com o exemplo já referido do solteiro.
Neste caso, o IRS anual a pagar pelo casal deverá passar de 4.609,46 euros em 2025 para 4.493,62 euros no próximo ano, indica as simulações enviadas ao ECO.
Já no caso de um casal (dois titulares) com um filho e três mil euros mensais de salário bruto por titular, a subida do ordenado líquido será, no conjunto do ano, de 407,44 euros (ou 203,72 euros por contribuinte, novamente alinhado com o exemplo do solteiro).
A consultora fez ainda contas relativamente aos pensionistas, que perspetivam “poupanças” semelhantes às já referidas para os contribuintes solteiros e casados (agregados com dois titulares).
Por exemplo, um pensionista solteiro sem dependentes e com uma pensão de dois mil euros por mês poderá contar com um ganho líquido de 151,37 euros. Ou seja, o IRS a pagar deverá passar de 4.378,90 euros este ano para 4.227,53 euros no próximo.
A proposta de Orçamento do Estado para 2026 será entregue na próxima sexta, seguindo-se um processo de negociação com os vários partidos. As taxas e escalões de IRS que sairão desse processo poderão, pois, ser diferentes dos usados para estas simulações, pelo que a “poupança” para os contribuintes portugueses poderá vir a ser mais expressiva, conforme a decisão do Parlamento. A votação final do Orçamento do Estado está marcada para 27 de novembro.
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