Zona Euro acelera ao ritmo mais elevado em mais de um ano

A Alemanha impulsionou a maior recuperação económica da Zona Euro em 16 meses no final do terceiro trimestre, enquanto França continua em contração e volta a estar desalinhada com o bloco europeu.

A economia da Zona Euro manteve uma trajetória positiva no final do terceiro trimestre, com o ritmo de crescimento a acelerar ligeiramente para os níveis mais elevados desde maio de 2024.

Os dados do índice compósito PMI final da S&P Global e do Hamburg Commercial Bank (HCOB) para a Zona Euro, publicado esta sexta-feira, fixou-se em 51,2 pontos em setembro, superando os 51 pontos de agosto e igualando as previsões dos analistas — além confirmar os dados provisórios revelados na semana passada.

A economia da Zona Euro continuou a sua tendência expansionista no final do terceiro trimestre.

Cyrus de la Rubia

Economista-chefe do Hamburg Commercial Bank

O setor dos serviços foi o principal motor desta melhoria, com o índice de atividade empresarial a subir para 51,3 em setembro, comparado com os 50,5 de agosto — o valor mais alto em oito meses. “As coisas estão a correr um pouco mais suavemente no setor dos serviços. Depois de quase estagnar em agosto, a atividade empresarial acelerou mais fortemente em setembro“, refere Cyrus de la Rubia, economista-chefe do Hamburg Commercial Bank (HCOB), em comunicado.

Esta expansão traduziu-se nas mais rápidas expansões de produção e novas encomendas desde maio do ano passado, confirmando que “a economia da Zona Euro continuou a sua tendência expansionista no final do terceiro trimestre”, destaca o responsável do HCOB.

A Alemanha desempenhou um papel central na melhoria regional, com o seu PMI compósito a atingir um máximo de 16 meses em 52 pontos, sustentado por um crescimento robusto no setor dos serviços que compensou as dificuldades persistentes na indústria.

Os dados do HCOB revelam que a produção alemã cresceu ao ritmo mais alto em três anos e meio, liderada pelo segmento de bens de investimento. “À primeira vista, os números do PMI para setembro são animadores”, destaca Cyrus de la Rubia, notando que “os setores de serviços e manufatura tiveram, juntos, um aumento robusto na produção, e o ritmo de expansão está no nível mais alto em 16 meses.”

Porém, o economista-chefe do HCOB sublinha que há alguns pontos negativos relativamente à economia alemã, notando que “no setor de manufatura, as novas encomendas caíram em setembro, encerrando uma sequência de três meses de crescimento” e que “no setor de serviços, os novos negócios voltaram a encolher, embora a queda tenha sido um pouco menor em comparação com o mês anterior.”

A política francesa oferece atualmente pouco apoio às empresas, uma vez que o impasse político em curso aumenta a incerteza e mina a confiança.

Jonas Feldhusen

Economista júnior do Hamburg Commercial Bank

Contrastando com a evolução alemã, França mantém-se como a única grande economia em território de contração, com o PMI compósito do país a fixar-se nos 48,1 pontos – ligeiramente abaixo das previsões de 48,4. O setor privado francês registou “a queda da atividade empresarial ao ritmo mais rápido desde abril”, refere o HCOB em comunicado, refletindo a incerteza política que afeta tanto consumidores como investidores.

“A política francesa oferece atualmente pouco apoio às empresas, uma vez que o impasse político em curso aumenta a incerteza e mina a confiança”, destaca ainda Jonas Feldhusen, economista júnior do HCOB, também em comunicado.

Os dados finais do PMI para a área do euro revelam ainda que as pressões inflacionistas diminuíram no final do terceiro trimestre, com os custos e preços de venda a registarem aumentos mais moderados. “Embora as taxas de inflação de custos e preços de venda estejam ligeiramente acima da média de longo prazo, diminuíram em setembro”, destaca Cyrus de la Rubia.

Com base nos dados do PMI, o HCOB estima que a economia da Zona Euro tenha crescido 0,4% no último trimestre comparativamente aos três meses anteriores, sugerindo uma recuperação gradual, numa economia que ainda procura consolidar o seu crescimento económico.

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