Galp aberta a “troca de ativos” em venda de participação na Namíbia

As ações da cotada valorizam perto de 3%, após resultados financeiros que ultrapassaram "fortemente" as expectativas.

A Galp, que pretende fechar o acordo para a venda de metade da sua participação na exploração de petróleo que detém na Namíbia, diz-se aberta à hipótese de o acordo prever a troca de ativos com o comprador.

Apesar de considerar “muito, muito cedo para fechar a estrutura do acordo” para a venda da participação na exploração de petróleo na Namíbia, a co-CEO Maria João Carioca abordou a questão de se a Galp estaria aberta a uma troca de ativos (asset swap) no âmbito da venda.

Uma eventual troca de ativos “está aberta a discussão, desde que permita uma clara visibilidade acerca do tipo de retorno que retiramos dos ativos de Mopane, e também desde que não tolde a visibilidade em relação ao progresso em Mopane”, afirmou Carioca, numa chamada com analistas, no rescaldo da apresentação de resultados da Galp relativos ao terceiro trimestre.

A co-CEO rejeitou avançar o número de parceiros com os quais segue em negociações, reforçando apenas que é “plural”. Indicou ainda que todos eles são “operadores muito experientes e com um histórico muito relevante”. Mantém a perspetiva de fechar um acordo até ao final deste ano.

A CEO relembrou ainda que a empresa recolheu muita informação acerca do ativo na Namíbia e que essa recolha, assim como o ainda decorrente processamento da informação, é “crítico” para aliviar o risco do projeto.

A Galp, que detém 80% dos ativos do complexo na Namíbia, pretende manter uma posição significativa, e estará a considerar vender uma fatia de 40% destes ativos. A empresa estima que o complexo tenha capacidade de entregar mais de 10 mil milhões de barris, ou um nível superior, uma descoberta que ditou uma subida a pique — de mais de 20% — nas ações da cotada assim que foi comunicada, em abril do ano passado.

Lucros batem estimativas e dão gás às ações

A Galp lucrou quase mil milhões de euros entre janeiro e setembro. Mais concretamente, nestes nove meses, a petrolífera obteve um resultado líquido positivo de 973 milhões de euros, um novo recorde para este período específico, que representa um crescimento de 9% face ao mesmo período do ano passado.

O EBITDA da petrolífera no terceiro trimestre foi de 911 milhões de euros, ultrapassando o consenso de 865 milhões de euros que era apontado pelos analistas. Em paralelo, a empresa avançou que está “bem posicionada” para ultrapassar as perspetivas atuais para o EBITDA do conjunto do ano, que para já o colocam nos 2,7 mil milhões de euros.

A casa de investimento Jefferies descreve os resultados da Galp como tendo ultrapassado “fortemente” as perspetivas, realçando também o progresso na venda da participação na Namíbia. O RBC sublinha que o fecho do acordo na Namíbia resulta em “fluxo de caixa substancial para ser devolvido aos acionistas” no futuro. As ações da cotada seguem a valorizar 2,84% para os 17,49 euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Galp aberta a “troca de ativos” em venda de participação na Namíbia

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião