Ciber-risco está no topo das preocupações das empresas em Portugal
Estudo da AON revela que risco cibernético, instabilidade geopolítica e abrandamento económico são alguns dos fatores que mais estão a preocupar as empresas portuguesas.
A volatilidade geopolítica entrou pela primeira vez em quase duas décadas no top 10 dos maiores riscos para as empresas, revela o “Global Risk Management Survey 2025″ da AON. Em Portugal, o ciber-risco mantém-se como a preocupação número um, mas cresce o receio de um abrandamento económico prolongado e mantém a preocupação com a dificuldade em atrair talento.

O que preocupa as empresas nacionais?
A volatilidade geopolítica teve “um aumento significativo”, o que reflete a crescente instabilidade, “com implicações para as cadeias de abastecimento e de distribuição, os ambientes regulatórios e o desempenho financeiro em todo o mundo”, revela a AON no estudo.
Também o risco de abrandamento económico — ou de uma recuperação lenta — integra pela primeira vez o top 10 dos principais riscos identificados pelas empresas nacionais, em comparação com a edição de 2023. Esta preocupação está associada ao impacto direto do crescimento económico na capacidade das organizações de investir, inovar e expandir operações.
Entre os riscos destacados em Portugal surgem ainda a dificuldade na captação e retenção de talento, que ocupa a 5ª posição, e a carência de mão-de-obra, identificada na 9ª posição.
Já o risco cibernético continua a ser a principal preocupação das empresas portuguesas, mantendo-se no topo desta lista, tendência que acompanha o cenário global.

Carlos Freire, CEO da Aon Portugal, sublinha que “vivemos uma nova era marcada por disrupções constantes, onde as empresas operam num mercado global cada vez mais volátil, complexo e interdependente. Neste contexto, os riscos geopolíticos, tecnológicos e regulatórios estão cada vez mais interligados, com implicações profundas para a estratégia empresarial”, começa por dizer. “A edição de 2025 do Global Risk Management Survey 2025 mostra a estreia do risco geopolítico nesta análise, o que vem reforçar que as empresas estão mais conscientes para a complexidade da gestão do risco, e as que adotarem uma abordagem integrada estão mais bem preparadas para responder à incerteza e a transformar o risco em oportunidade”.
A perceção dos riscos a nível global
Também a nível global os ataques cibernéticos estão no topo da lista de preocupações com o acentuar do número de ataques cibernéticos e de episódios de violação de dados um pouco por todo o mundo.
A interrupção de negócio e o abrandamento económico também são duas coisas que estão a preocupar as empresas a nível global, ocupando respetivamente a 2ª e a 3ª posições.

Quais os riscos em 2028?
O estudo antecipa ainda quais serão os maiores riscos para as empresas dentro de três anos. Em 2028, os ataques informáticos e as fugas de dados continuarão a liderar o ranking, seguidos pela volatilidade geopolítica, pelos riscos associados à inteligência artificial, pelas alterações legislativas e regulatórias e pelo abrandamento económico ou recuperação lenta. O risco do preço das matérias-primas ou escassez de materiais deverá também integrar o top 5.
Com este aumento de preocupações, especialmente em áreas tecnológicas e geopolíticas, seguradoras e resseguradoras têm a oportunidade de alargar carteiras e desenvolver coberturas ajustadas aos novos perfis de risco das empresas.

Carlos Freire conclui que “os novos cenários de eventos associados a conflitos e mudanças geopolíticas trouxeram desafios que mudaram o perfil de risco”. Num contexto de “volatilidade e disrupção constante”, reforça, os gestores precisam de “insights e análises robustas para tomar decisões informadas e proteger o crescimento futuro”.
A AON é uma empresa de serviços profissionais e consultoria na área de gestão de risco, resseguro, pessoas e benefícios.
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