BRANDS' ECO IA responsável na Saúde: o imperativo do tempo e dos resultados

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  • 18 Novembro 2025

Nuno André Silva, Diretor Adjunto Inovação e Ciência de Dados no Hospital da Luz Learning Health, partilha a importância de ter dados e evidências concretas para que a IA seja uma aliada na saúde.

A saúde é um sistema complexo que enfrenta vários desafios. A Inteligência Artificial (IA) emerge como uma oportunidade única para transformar esta complexidade e ajudar-nos a responder melhor às necessidades dos doentes. Para que essa transformação se traduza em valor, precisamos ir além do hype e usar a IA como uma ferramenta de reengenharia de processos. Acredito que três imperativos devem ser priorizados: o tempo, os resultados (outcomes) e o conhecimento.

O tempo é um dos recursos mais preciosos num sistema de saúde marcado pela escassez de profissionais, de infraestrutura ou de financiamento. A reengenharia de processos, através da IA, tem o potencial de devolver esse tempo aos profissionais de saúde, permitindo-lhes concentrar-se no que realmente importa: o cuidado humanizado ao doente. Este é um desafio global e os números falam por si: desde 2021, 60% dos investimentos em startups de saúde com IA, segundo o banco de Silicon Valley, têm sido direcionados para otimizar a jornada dos doentes. No Hospital da Luz estamos a explorar algoritmos de IA para prever a probabilidade de um doente faltar a uma consulta. Com esta informação podemos tomar ações para reduzir esta probabilidade ou para que a consulta seja desmarcada, aumentando o acesso aos cuidados, um desafio crucial nos dias de hoje. Outro exemplo são os scribers, que, entre outros, estamos a explorar no contexto do Center for Responsible AI. Ao libertar tempo, a IA oferece aos profissionais de saúde a oportunidade de manter o foco nas suas atividades essenciais, como o diagnóstico e o acompanhamento, enquanto as tarefas auxiliares e administrativas, como agendamentos, podem ser automatizadas por ferramentas de IA, como agentes inteligentes.

O objetivo final da Saúde é, sem dúvida, a entrega de resultados de qualidade. Neste campo, a IA também pode causar um impacto direto e profundo, tanto em terapias inovadoras ou na otimização da gestão de doentes complexos, por exemplo com multimorbilidade. Os restantes 40% de investimento em startups de saúde estão concentrados exatamente nessa área. A IA oferece a capacidade de aprofundar a compreensão das doenças, permitindo avanços importantes na medicina de precisão, que trata cada doente de forma única, conforme as suas necessidades específicas. O projeto intelligentCare, liderado pelo Hospital da Luz Learning Health, é um exemplo concreto onde explorámos a ferramentas de IA para encontrar e caracterizar os doentes com multimorbilidade, assim como prever as suas interações com o Hospital. O maior e melhor conhecimento do perfil de cada doente potencia uma prestação de cuidados mais personalizada. Além disso, a IA pode empoderar os doentes, dando-lhes um conhecimento mais profundo sobre as suas condições de saúde. Isso não só os torna mais conscientes, mas também mais ativos na gestão da sua saúde, o que, por sua vez, tem um impacto positivo na adesão ao tratamento e nos resultados clínicos.

Nuno André Silva | Diretor Adjunto | Inovação e Ciência de Dados | Hospital da Luz Learning Health

A IA não se limita a analisar dados para apoiar decisões; ela pode ser uma verdadeira fonte de novas ideias e conhecimento. Um exemplo promissor é a descoberta de novas classes de antibióticos através de IA, mostrando o imenso potencial para inovações científicas. Outro excelente exemplo é o prémio Nobel da química de 2024, entregue aos inventores do Alphafold, da Google. A IA não só acelera a investigação, mas também altera o próprio ritmo do progresso científico. Neste domínio, e sendo o Hospital da Luz Lisboa um Hospital Universitário, estamos a construir um Research Trusted Environment para que a descoberta de novo conhecimento através de investigação (suportada por AI, mas não só) possa acontecer pelos nossos profissionais e parceiros. A IA permite testar novas teorias de forma mais ágil e encontrar soluções mais eficazes em tempos muito mais curtos, potenciando um futuro onde as descobertas podem acontecer de forma mais rápida e com mais profundidade.

No entanto, a implementação bem-sucedida da IA na saúde exige preparação. Hospitais e profissionais de saúde precisam estar equipados não só com as ferramentas de IA certas, mas também com as competências necessárias para utilizá-las de forma eficaz. Isso significa investir na formação de recursos humanos, garantir a qualidade dos dados para treinar e aplicar modelos e abordar as questões éticas relacionadas ao da informação. A regulação, como o alinhamento entre o Regulamento de Dispositivos Médicos (MDR) e o AI Act, é fundamental para garantir que a IA é usada de forma responsável, segura e transparente, para que consiga entregar o valor que promete. O Hospital da Luz Learning Health tem uma área dedicada à IA, onde testamos a tecnologia. Em colaboração com equipa de investigação clínica, desenhamos experiências para avaliar o impacto da tecnologia e desenvolvemos formação para capacitar os profissionais de saúde, interna e externamente, como é o caso do curso de IA e Ciência de Dados em Saúde em parceria com o Técnico+, que já conta com seis edições.

A saúde, pela sua própria natureza, sempre priorizou a segurança do doente. Testes rigorosos em ensaios clínicos têm sido a base para a introdução de novas tecnologias, e a IA não será exceção. Para que a IA seja uma verdadeira aliada da saúde, precisaremos de dados robustos e evidências concretas que validem a sua eficácia e segurança. É este o caminho que estamos a fazer no Hospital da Luz Learning Health e na Luz Saúde. Ao abraçarmos estas novas tecnologias de forma responsável, a saúde está numa posição privilegiada para liderar a transformação digital e garantir um impacto positivo e duradouro na vida dos doentes.

Nuno André Silva | Diretor Adjunto | Inovação e Ciência de Dados | Hospital da Luz Learning Health

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