G20: Presidente sul-africano defende “multilateralismo” para resolver desafios globais
"Os desafios que enfrentamos só podem ser resolvidos através da cooperação, da colaboração e de parcerias", afirmou.
O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, destacou hoje “o valor” do multilateralismo como meio de resolver os desafios globais, na abertura da cimeira do G20 em Joanesburgo, boicotada pelo homólogo norte-americano, Donald Trump.
“Os desafios que enfrentamos só podem ser resolvidos através da cooperação, da colaboração e de parcerias”, afirmou. A aprovação de uma declaração pelos líderes presentes seria “um sinal importante de que o multilateralismo pode alcançar resultados — e alcança-os”, insistiu.
A cimeira tem como temas principais o alívio da dívida dos países de baixo rendimento e o combate à desigualdade económica, bem como o reforço da resiliência a catástrofes, o financiamento de uma transição energética justa e a exploração de minerais críticos para o crescimento inclusivo e o desenvolvimento sustentável.
Estas são as prioridades estabelecidas pela África do Sul, que organiza pela primeira vez uma cimeira do grupo no continente africano, em que se pretende também avançar na criação de um Painel Internacional sobre a Desigualdade, parecido ao Painel Internacional Para as Alterações Climáticas [IPCC], que é a principal recomendação de um relatório liderado pelo Prémio Nobel da Economia, Joseph Stiglitz.
Entretanto, os Presidentes da China, Xi Jiping, do México, Claudia Sheinbaum, da Rússia, Vladimir Putin, e da Argentina, Javier Milei, não participam no encontro, mas vão enviar representantes. Espera-se que a China, cujo primeiro-ministro, Li Qiang, estará em Joanesburgo, defenda mais uma vez o multilateralismo.
Do lado russo, o conselheiro económico de Vladimir Putin, Maxim Oreshkin representará Moscovo na cimeira, marcada pela ausência do ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov.
A cimeira do G20 decorre sábado e domingo no centro de convenções Nasrec, em Joanesburgo. Marca o fim de um ciclo de presidências do G20 exercidas pelos países do Sul Global, depois da Indonésia (2022), Índia (2023) e Brasil (2024).
A África do Sul assumiu a presidência rotativa do G20 a 01 de dezembro de 2024 e vai mantê-la até 30 de novembro deste ano, altura em que os Estados Unidos assumem a liderança do grupo.
Os Estados Unidos anunciaram já a intenção de redirecionar o foco do G20 para as questões de cooperação económica. A próxima cimeira está prevista para dezembro de 2026 em Miami, num campo de golfe da família Trump.
Criado em 1999, o G20 integra 19 países — Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, República da Coreia, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos –, além de dois organismos regionais — União Europeia e a União Africana.
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