Novobanco arranca com venda da sede. Negócio pode render 100 milhões

Processo de venda do edifício da Avenida da Liberdade em Lisboa arranca na segunda-feira. Novobanco prepara mudança para o Taguspark em Oeiras.

O Novobanco vai dar início ao processo de venda do atual edifício sede na Avenida da Liberdade já na próxima semana, preparando-se assim para uma mudança para o Tagus Park em Oeiras, tal como o ECO noticiou há um ano. A instituição ainda liderada por António Ramalho contratou as consultoras JLL e Cushman & Wakefield para arrancar com a operação, que terá um valor base de 100 milhões de euros, apurou o ECO junto de uma fonte de mercado imobiliário.

A sede do Novobanco esteve numa espécie de pré-venda no MIPIM, a feira de imobiliário de Cannes, onde foi apresentada a uma série de potenciais compradores. O ECO contactou o Novo Banco para confirmar estas informações, mas a instituição não quis fazer comentários.

Em abril do ano passado, a instituição financeira fechou no Tagus Park um contrato de arrendamento de um espaço de escritórios com mais de 2.800 metros quadrados, correspondente ao lote 5. Nessa mesma semana, decorreu um inquérito junto dos trabalhadores afetados sobre a mudança para aquele parque empresarial.

De acordo com a Visão, as obras para acolher os mais de 2.000 trabalhadores no Tagus Park já arrancaram, numa área com 55 mil metros quadrados. O campus vai contemplar áreas de escritório, salas para reuniões, zonas de lazer com jardins, onde se inclui um ginásio, sala de meditação, refeitório e bar com esplanada. O projeto prevê unir três edifícios pré-existentes e construir um quarto.

Como explicou a diretora do departamento de Capital Humano, Catarina Horta, àquela publicação, o objetivo é passar uma parte das 1.200 pessoas que ainda estão em Lisboa — espalhadas por três edifícios — para o Tagus Park no final deste ano e as restantes no primeiro trimestre de 2023.

Com a saída da Avenida da Liberdade, o Novobanco torna-se, assim, no último grande banco a deixar o coração de Lisboa, depois de nos últimos anos também o BPI, BCP e Caixa Geral de Depósitos (CGD) terem vendido os seus principais edifícios na baixa da capital à boleia da valorização dos imóveis e do aumento do turismo (antes da pandemia).

Mudança de casa começa em 2018

Em 2018, o Novobanco pôs à venda uma dezena de imóveis na Grande Lisboa — que incluía a sede histórica do BES — com o objetivo de financiar a construção de um mega projeto imobiliário nas Amoreiras, onde seria construída a nova sede. O projeto, de acordo com o que o Expresso e o Público noticiaram na altura, custaria entre 100 e 120 milhões de euros e iria nascer nas instalações do antigo Quartel de Campolide.

Em causa estava um terreno de 130.000 metros quadrados que o banco adquiriu em 2014 à promotora Temple, do empresário Vasco Pereira Coutinho, como forma de execução de dívidas. Responsável pelo projeto estava o Fundo de Investimento Imobiliário Fechado Amoreiras e, de acordo com as contas da sociedade gestora, este iria ser constituído por habitação, serviços e comércio, incluindo a nova sede do Novo Banco.

Atual sede do Novobanco (antiga sede histórica do BES), na Avenida da Liberdade, em Lisboa.Hugo Amaral/ECO

No final de 2019, de acordo com o Expresso, o banco injetou 36,2 milhões de euros naquele fundo. Contas feitas, desde 2016, foram aplicados 57,7 milhões de euros neste projeto, que nunca saiu do sítio. Entretanto, através do Relatório da Auditoria da Deloitte ao banco, soube-se que Bruxelas travou a intenção de construir a nova sede nas Amoreiras, o que obrigou a uma mudança dos planos.

Essa mudança de planos passou, assim, pela escolha de uma nova localização, mas fora da cidade de Lisboa, tal como noticiou o ECO em abril do ano passado. Já há um ano, os planos passavam pela venda do edifício principal que ocupa atualmente na Avenida da Liberdade (a sede histórica do BES) e concentrar todos os colaboradores no Tagus Park, em Oeiras.

Na altura, em declarações ao ECO, fonte oficial do Novobanco afirmou que a instituição estava, “de forma regular, a analisar soluções de racionalização e redução de custos, não havendo qualquer decisão tomada”. Um ano depois, o processo de venda da atual sede vai mesmo arrancar.

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