Costa quer aumentar investimento público em 20%
O investimento vai dirigir-se preferencialmente às escolas, centros de saúde, hospitais, instalações de forças de segurança, mas também à rodovia, diz o primeiro-ministro.
O primeiro-ministro afirmou hoje que o Governo, em 2017, vai aumentar “já em cerca de 20%” o investimento público, relativamente ao ano passado, que será aplicado em escolas, hospitais, instalações de forças de segurança e rodovias.
“Felizmente, este ano vamos poder aumentar já em cerca de 20% o investimento público relativamente ao investimento que pudemos fazer no ano passado, um investimento que se vai dirigir preferencialmente às escolas, centros de saúde, hospitais, instalações de forças de segurança, mas também investimento relativamente à rodovia”, afirmou o primeiro-ministro, António Costa.
O chefe do Governo discursava em Mondim de Basto, durante a assinatura do protocolo entre a Infraestruturas de Portugal, a Câmara de Mondim de Basto e a EDP – Gestão da Produção de Energia para a construção da nova ligação de Mondim de Basto à Estrada Nacional 210 (EN210), em Celorico de Basto.
António Costa referiu que, com a abertura do Túnel do Marão, em maio de 2016, foi encerrado um “longo ciclo de grandes investimentos em infraestruturas rodoviárias no país”, mas considerou que é “um erro pensar” que, concluído este ciclo, “não há mais investimentos a fazer”.
"Felizmente, este ano vamos poder aumentar já em cerca de 20% o investimento público relativamente ao investimento que pudemos fazer no ano passado, um investimento que se vai dirigir preferencialmente às escolas, centros de saúde, hospitais, instalações de forças de segurança, mas também investimento relativamente à rodovia.”
“Para que haja um pleno aproveitamento dos grandes investimentos que foram feitos é essencial agora completar, em muitos concelhos, investimento que à escala nacional têm uma pequena dimensão mas que têm uma enorme dimensão para o desenvolvimento de cada região”, frisou.
António Costa considerou o caso de Mondim de Basto “exemplar”. “Estamos a falar de poucos quilómetros, mas poucos quilómetros que alteram radicalmente as acessibilidades de Mondim”, afirmou.
O primeiro-ministro lembrou a escolha de Vila Real para acolher, em maio, a cimeira ibérica dedicada ao tema da cooperação transfronteiriça. “Quer do lado de cá da fronteira, quer do lado de lá, ambos temos aqui uma enorme oportunidade de estreitar as nossas relações económicas, o nosso espaço de vizinhança e potenciarmos, de uma vez por todas, um mercado de 60 milhões de ibéricos”.
E, por isso, acrescentou, esta “malha fina” que é preciso fechar relativamente “a cada um dos concelhos é absolutamente vital, para que o desenvolvimento não sirva só os que estão junto às autoestradas, A4 ou A7, mas que possam servir todos os concelhos”.
“Temos que aumentar o investimento e temos que conseguir gerir bem as contas públicas porque, mesmo para os crentes, sabemos que não há orçamentos que se giram com milagres. Gerem-se com rigor, com trabalho e capacidade de gestão”, sublinhou.
António Costa lembrou ainda que esta atual geração de fundos comunitários não prevê investimentos na rodovia e que, por isso, estas obras estão a ser feitas com recursos dos orçamentos do Estado e dos municípios e com parcerias com privados, como no caso da estrada de Mondim, a EDP.
O presidente da Câmara de Mondim de Basto, Humberto Cerqueira, considerou que este é um dia histórico para o concelho e classificou a construção desta ligação a Celorico de Basto como a “obra do século”, já que vai ajudar a “desencravar” este município do distrito de Vila Real. Com melhores acessos, disse o autarca, Mondim será capaz de atrair “mais empresas e emprego” e “mais visitantes e turistas”.
Esta estrada, com apenas 2,7 quilómetros e que vai custar cerca de 8,5 milhões de euros, vai ser construída com o apoio da EDP, que financia parte da obra mesmo sem decisão quanto à construção da barragem de Fridão.
Esta via era uma das contrapartidas pela barragem, cujo processo está suspenso até abril de 2019, o que levou o autarca a desabafar que o “concelho está cansado do impasse à volta da barragem”. “A presença do Governo diz-nos que o compromisso é para valer e a obra vai mesmo avançar”, concluiu o autarca.
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