Exclusivo Portugal pode receber projeto de hidrogénio verde de 2,3 mil milhões
Há três localizações em estudo para a construção de uma unidade de produção de hidrogénio verde pela H2 Green Steel e a Iberdrola. Uma delas é Portugal. Investimento previsto é de 2,3 mil milhões.
Portugal é uma das localizações que está a ser estudada pela sueca H2 Green Steel e a Iberdrola para a instalação de uma unidade de produção de 1 gigawatt de hidrogénio verde, num investimento total de 2,3 mil milhões de euros.
A empresa sueca anunciou a parceria com a elétrica espanhola em dezembro. Contactada pelo ECO, a H2 Green Steel esclareceu que estão a ser estudadas três localizações na Península Ibérica, uma delas em Portugal, sem no entanto adiantar qualquer informação sobre as regiões em concreto. O ECO contactou também a Iberdrola, que não respondeu.
A H2 Green Steel é uma empresa especializada na produção de “aço verde”, através da descabornização do processo de transformação do minério de ferro. O hidrogénio verde é um dos elementos desse processo. A indústria do aço é uma das mais poluentes, sendo responsável por 8% das emissões de CO2 mundiais.
Na altura, as duas empresas afirmavam que os locais que estão a ser avaliados “terão acesso a eletricidade renovável com um custo reduzido e à infraestrutura necessária para operar com sucesso um negócio de hidrogénio verde, ferro verde e aço verde”.
Sines tem sido o destino mais procurado em Portugal para o desenvolvimento de projetos de hidrogénio verde. Em abril foi lançado um projeto de 1,3 mil milhões liderado pela luso-holandesa Madoqua Ventures e com o apoio da dinamarquesa Copenhagen Infrastructure Partners e da holandesa Power 2X, em que a maior parte do investimento será canalizado para a cidade no litoral alentejano.
O GreenH2Atlantic, um consórcio de 13 empresas e parceiros, que inclui a EDP e a Galp, prevê a instalação de um eletrolisador 100 MW na antiga central termoelétrica a carvão de Sines. A petrolífera anunciou entretanto um segundo projeto de 100 MW para a mesma região.
Segundo a H2 Green Steel, a produção de 1 gigawatt será usada como combustível para um forno de redução direta de aço (um método de produção que recorre ao gás natural ou hidrogénio e tem menos impacto ambiental), com capacidade para produzir até dois milhões de toneladas de “aço verde” e uma redução de até 95% das emissões de CO2. O eletrolisador será detido pela H2 Green Steel e pela Iberdrola, enquanto a unidade de redução direta será detida e operada pela empresa sueca.
No comunicado conjunto, as empresas afirmavam ainda “que iriam explorar a oportunidade de construir em conjunto uma unidade de produção de aço verde capaz de produzir entre 2,5 e 5 milhões de toneladas de aço verde por ano”. A H2 Green Steel, fundada em 2020, está a desenvolver a sua primeira fábrica do género em Boden, no norte da Suécia, que deverá estar operacional em 2024.
O fundador e maior acionista da H2 Green Steel é a Vargas, uma holding que foi também um dos investidores iniciais da fabricante de baterias de iões de lítico sueca Northvolt, que em dezembro fechou uma joint venture com a Galp (Aurora) para criar “a maior e mais sustentável fábrica de conversão de lítio da Europa”, com uma capacidade de produção anual de até 35.000 toneladas de hidróxido de lítio.
As duas empresas anunciaram, em meados de abril, a escolha de Setúbal, mais concretamente o Parque Industrial Sapec Bay, para a instalação da refinaria. O início das operações comerciais está previsto para 2026.
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