Gasóleo deve descer seis cêntimos, mas gasolina sobe três na próxima semana
O litro de gasolina simples 95 deverá passar a custar 1,945 cêntimos e o de gasóleo simples descerá para 1,780 euros na próxima segunda-feira. Mas estes valores ainda podem sofrer ajustamentos.
Na próxima semana, a maior parte dos automobilistas vai ter uma boa surpresa. As cotações do petróleo ditam uma descida significativa do preço do gasóleo, o combustível utilizado por 77% dos portugueses. Tudo aponta para que a descida seja de seis cêntimos. Já quem tem veículos a gasolina vai voltar a pagar mais na hora de encher o depósito. Cerca de três cêntimos, apurou o ECO junto de fonte do setor.
Tendo em conta os valores médios praticados nas bombas esta segunda-feira, isso significa que o litro de gasolina simples 95 deverá passar a custar 1,945 cêntimos e o de gasóleo simples descerá para 1,780 euros. Mas estes valores ainda podem sofrer um ajustamento, tendo em conta o fecho das cotações do brent esta sexta-feira e do mercado cambial.
Há ainda que ter em conta o mecanismo semanal que ajusta o valor do ISP para compensar o agravamento da receita de IVA. A redução dos preços que ditará a aplicação da fórmula de cálculo criada em março só será conhecida esta tarde, depois de o Ministério das Finanças apresentar as contas que visam garantir a neutralidade fiscal desta medida. Ou seja, que os cofres do Estado não ganham nem perdem na sequência da aplicação desta medida que pretende mitigar o efeito do aumento dos preços na sequência da invasão da Rússia à Ucrânia.
Esta fórmula até poderia implicar um agravamento do litro do gasóleo, porque a redução via cotações internacionais implica uma perda de receita fiscal de IVA, mas o Executivo em todas as semanas em que houve descidas de preços optou por não mexer nos preços. Caso estes valores se vierem a verificar, é preciso recuar a 28 de fevereiro para encontrar uma semana em que o litro de gasóleo estivesse mais barato (1,675 euros por litro)
As preocupações com a oferta de matéria-prima, a tensão geopolítica na Europa e os impactos da inflação determinaram uma semana de forte volatilidade nos preços do “ouro negro”. Os investidores continuam à espera da entrada em vigor do sexto pacote europeu de sanções contra a Rússia, que deverá determinar o embargo total das importações de produtos petrolíferos, o que contribui para o agravamento das cotações do petróleo por receios de escassez da matéria-prima. O pacote de sanções ainda tem de ser aprovado por todos os Estados-membros e a votação foi adiada porque a Hungria se opõe a este embargo, apesar de ter garantido, à semelhança da Eslováquia de um período de transição mais longo, devido à forte de dependência.
Brent com grande volatilidade
Esta semana, o desempenho do preço dos combustíveis é também influenciado pelo efeito cambial, já que ao longo da semana se registou uma nova derrapagem do euro face ao dólar, o que torna mais caros os produtos refinados, cujo pricing é feito em dólares, para os consumidores europeus. Além disso, as importações de gasolina dos Estados Unidos têm pressionado os preços em alta em antecipação da driving season que deverá começar em três semanas já o gasóleo beneficia de uma menor procura com o aumento das temperaturas na Europa, reduzindo a procura deste combustível para aquecimento.
No início do mês entrou em vigor um desconto adicional do ISP de 14,2 cêntimos por litro de gasóleo e 15,5 por litro de gasolina mas estes valores só voltarão a ser revistos no próximo mês.
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