Trabalhadores da CP de Lisboa e Porto com greves parciais nos dias 23 e 27 de maio
O sindicato assinalou ainda que nos últimos 11 anos houve congelamento dos salários para os trabalhadores ferroviários em nove deles e alertou para a queda do poder de compra, que é “real e abrupta”.
O Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI) anunciou hoje duas novas greves parciais nas zonas urbanas de Porto e Lisboa neste mês, reivindicando melhorias salariais. A greve parcial na zona urbana do Porto vai decorrer entre as 05:00 e as 08:30 de dia 23 de maio, enquanto a da zona urbana de Lisboa está prevista para 27 de maio, entre as 17:00 e as 21:00, foi hoje anunciado pela direção do sindicato, em comunicado.
O sindicato, que na CP representa a maioria dos trabalhadores do serviço comercial e transporte (revisores, trabalhadores das bilheteiras e as suas chefias diretas), considerou que o amento de 0,9% da tabela salarial não é “um valor aceitável” face a contínua perda de poder de compra, “algo que já acontece desde 2019”.
“Conclui-se que a CP, para os trabalhadores do comercial e transportes, entende que valores entre 6,50€ [euros] e 12,39€ acrescidos de 0,14€ no subsídio de refeição são mais que suficientes”, atirou o sindicato, que defende que a administração da empresa e as tutelas “não podem ficar indiferentes ao brutal aumento do custo de vida”.
O SFRCI desvalorizou ainda o anúncio público da CP, que em 16 de maio afirmou que tinha assinado um princípio de acordo com 12 sindicatos, apontando que “muitos deles” têm uma “taxa de representatividade muito reduzida” e que deixou entender “que os motivos que levaram à greve do dia 16 de maio não se justificavam”.
O sindicato assinalou ainda que nos últimos 11 anos houve congelamento dos salários para os trabalhadores ferroviários em nove deles e alertou para a queda do poder de compra, que é “real e abrupta”.
“Os trabalhadores da CP, nem mesmo com recurso ao trabalho extraordinário, abdicando de uma vida familiar e social sã, conseguem esconder as enormes dificuldades que estão a passar”, lê-se no documento, que sublinha que os trabalhadores querem ser tratados “com a mesma equidade e dignidade que outras categorias profissionais da empresa, a quem atribuiu aumentos salariais mais generosos”.
Em comunicado enviado à comunicação social no dia 16, o Conselho de Administração da transportadora informou que a empresa “chegou a acordo com a larga maioria dos sindicatos que representam os trabalhadores da CP, com vista à revisão dos instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho da empresa, permitindo, nomeadamente a integração total de todos os trabalhadores (incluindo os trabalhadores que transitaram da ex-EMEF) nos mesmos instrumentos e condições de trabalho, sem descurar as especificidades de cada profissão”.
A empresa acrescentou que os 12 sindicatos com os quais chegou a acordo representam 71% dos trabalhadores sindicalizados da CP.
Dos resultados alcançados na negociação a CP destacou, entre outros, o aumento salarial para todos os trabalhadores de 0,9%, com efeitos retroativos a 01 de janeiro de 2022, a uniformização do subsídio de refeição para 7,74 euros e a integração dos trabalhadores da ex-EMEF na tabela salarial da CP, com efeitos retroativos a 01 de janeiro.
Os trabalhadores da CP – Comboios de Portugal fizeram na segunda-feira uma greve de 24 horas, para reivindicar aumentos salariais de 90 euros para todos os trabalhadores.
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