Lucro do Crédito Agrícola cai 50% sem venda de dívida pública
Resultado do grupo liderado por Licínio Pina caiu para metade no primeiro trimestre. Ausência de ganhos com operações financeiras explica quebra dos lucros.
O Crédito Agrícola registou uma quebra de 50% dos lucros no primeiro trimestre, atingindo os 35,7 milhões de euros, com o resultado a ser penalizado sobretudo pela ausência de receitas extraordinárias com a venda de dívida pública.
Há um ano, o grupo liderado por Licínio Pina registou ganhos líquidos com operações financeiras (que inclui a venda de títulos de dívida) no valor de 51,3 milhões, o que ajudou a impulsionar os lucros para 72,5 milhões.
Agora, dá conta de uma perda de 5,8 milhões nessa mesma rubrica devido “à deterioração do valor de mercado de ativos financeiros e derivados de cobertura, bem como de unidades de participação em fundos de investimento imobiliário”, explicando assim o afundanço dos lucros nos três primeiros meses do ano.
Ainda assim, Licínio Pina sublinha que a instituição “mantém níveis de crescimento sustentáveis, ano após ano”, com o reforço dos fundos próprios e a expansão da base de clientes.
Há um outro fator não recorrente que penalizou as contas no arranque do ano, embora numa dimensão mais reduzida: há um ano registou um proveito de oito milhões de euros, relacionado com os juros retroativos referentes a 2020, recebidos no âmbito do programa de financiamento (TLTRO) do Banco Central Europeu (BCE). Agora não teve esse ganho, o que fez a margem financeira cair 12,3% para 75,3 milhões de euros.
As comissões líquidas aumentaram em 23,3% para 33,2 milhões de euros, “essencialmente impulsionadas pelo aumento de transacionalidade de cartões e pelo crescimento observado no crédito”, e margem técnica da atividade de seguros duplicou para 25,9 milhões.
Ainda assim, somadas todas as linhas de negócio, o produto bancário registou um decréscimo de 27% para 132 milhões.
O grupo salienta ainda o crescimento da carteira de crédito a clientes e dos depósitos. Os financiamentos aumentaram 3,5% para 11,7 mil milhões de euros, o que permitiu reforçar a quota de mercado em cinco pontos base para 5,84%. Já os recursos de clientes aumentaram 10,9% para 19,4 mil milhões, proporcionando um aumento de quota para 8,28%.
Em relação a qualidade da carteira, o rácio de malparado (Non Performing Loans) caiu 0,5 pontos percentuais para 6,7% em relação ao final do ano passado.
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