Portugal a meio da tabela dos países mais atrativos para investir em energias renováveis
Ocupando a 23.ª posição, a EY aponta o mercado português como estando "em crescimento". EUA e China lideram ranking.
Portugal está entre os países com mais oportunidades de investimento no setor das energias renováveis. De acordo com o ranking semestral Renewable Energy Country Attractiveness Index (RECAI) elaborado pela EY e divulgado esta quarta-feira, o país ocupa a 23.º posição numa lista que classifica os 40 principais mercados do mundo mais atrativos para este tipo de investimento.
Portugal surge a meio da tabela e mantém o nível de atratividade desde o último ranking. Mas Espanha viu o seu valor aumentar, subindo da décima para a nona posição numa lista onde os Estados Unidos e a China mantêm, uma vez mais, as posições cimeiras e ficando à frente do Reino Unido (que salta da quinta para a terceira posição) e da Alemanha (que avança da sexta para a quarta posição).
Pedro Subtil, líder de energia e recursos da EY assinala, numa nota enviada às redações, que “o mercado ibérico está a recuperar bem depois do choque recebido em setembro de 2021″, altura em que uma proposta de decreto-lei em Espanha sugeria que os benefícios extraordinários das empresas de energia fossem redirecionados para os consumidores. A proposta foi alterada em novembro.
“Os mercados atingiram o pico no início de março, mas ainda são voláteis, sobretudo no caso da energia solar, pelo que os contratos de aquisição de energia (Power Purchase Agreement, ou PPA na sigla em inglês) podem trazer estabilidade”, defende o responsável, acrescentando que “embora o mercado português de Contratos de Aquisição de Energia (CAE) seja muito menor face ao espanhol”, está “em crescimento, com os primeiros negócios já a serem fechados recentemente”.
De acordo com o 59.º índice de atratividade nacional de energias renováveis da EY, a segurança energética subiu para o topo da lista de prioridades dos governos, na sequência da instabilidade geopolítica e da espiral dos preços do gás. “Como resultado, líderes de todo o mundo estão a tentar acelerar e alargar o âmbito dos seus programas de energias renováveis para ajudar a reduzir a dependência da energia importada”, lê-se no estudo.
Tecnologias flutuantes são oportunidades de investimento
O RECAI da EY explorou também a forma como as tecnologias renováveis emergentes e os combustíveis verdes têm potencial para reduzir substancialmente a quota de gás na produção de energia, criando assim um clima de investimento favorável a estas fontes de abastecimento.
Destaque ainda para a oportunidade apresentada pelas tecnologias flutuantes, nomeadamente a energia eólica offshore, que deverá ver o custo da eletricidade gerada a cair para 70 dólares por megawatt/hora (MWh), ou menos, até 2030 e que soma atualmente mais de 100 projetos com uma capacidade combinada superior a 26.00 MW em construção ou em fase de planeamento inicial.
Já a energia solar flutuante consta como outra oportunidade de investimento, principalmente devido ao custo dos painéis fotovoltaicos (PV) que caiu “abruptamente”, e a capacidade global cresceu mais de 100 vezes nos cinco anos anteriores a 2021.
No bloco europeu, o aumento da capacidade de importação de gás natural liquefeito (GNL) ganhou impulso, bem como o aumento da produção de gás verde e o desenvolvimento de outros combustíveis alternativos. O relatório nota que, “embora a aquisição de gás de outros países para reduzir a dependência do gás russo não possa acontecer de um dia para o outro, é agora evidente que ganhou um impulso significativo”.
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