“O petróleo russo tem os dias contados na União Europeia”, diz Costa

António Costa congratulou-se com o facto de ter sido alcançado "um consenso" no que toca ao sexto pacote de sanções à Rússia, sublinhando que "o petróleo russo tem os dias contados na União Europeia".

O primeiro-ministro, António Costa, congratulou-se com o facto de ter sido alcançado “um consenso” no que toca ao sexto pacote de sanções à Rússia, sublinhando que “o petróleo russo tem os dias contados na União Europeia”.

“O essencial é que conseguimos aprovar por unanimidade um pacote de sanções que abrange o embargo da totalidade do petróleo exportado pela Rússia“, destacou António Costa em declarações transmitidas pela RTP3 no final do Conselho Europeu, acrescentando que “há um diferimento do prazo relativamente àqueles países que são abastecimentos por via dos oleodutos”, de forma a “dar-lhes mais tempo de encontrarem soluções alternativas para poderem continuar a satisfazer as suas necessidades energéticas”, sem recorrer à Rússia.

“Mas, de qualquer forma, a mensagem que é dada à Rússia é que o petróleo russo tem os dias contados na União Europeia“, afirmou o Chefe de Governo.

Questionado sobre como Portugal pode contribuir fazer face à dependência energética russa, o primeiro-ministro sinalizou que “a solução estrutural” tem que ver “com a interconexão elétrica e de pipeline para o gás e para o hidrogénio verde entre a Península Ibérica e o conjunto da Europa” e que pode ser feita a “médio prazo”.

Por outro lado, a curto prazo as soluções apresentadas envolvem o Porto de Sines, dado que este porto tem “uma plataforma logística apta para facilitar o fornecimento de gás natural líquido para outros países“, que não têm acesso “direto ao mar” ou “cujos portos estão neste momento muito congestionados”, afirmou António Costa. A ideia passa por “fazer o transvase de grandes metaneiros em Sines para barcos de média e pequena dimensão” para outros locais da Europa.

Por outro lado, António Costa destacou ainda que foi alcançado um acordo entre os Estados-membros para “conceder um apoio macroeconómico à Ucrânia durante este ano num montante total de 9 mil milhões de euros” e que foi acordada a “suspensão de todos os direitos aduaneiros sobre as importações provenientes da Ucrânia” de modo “a facilitar a entrada no mercado interno de produtos com origem na Ucrânia”.

Quanto ao modo de financiamento do apoio concedido à Ucrânia, Costa assegura que “Portugal não tem uma posição fechada sobre essa matéria”, mas que ficou alinhavado entre os Estados-membros é que “esses 9 mil milhões deverão ser assegurados entre empréstimos e subvenções”.

O primeiro-ministro adiantou ainda que neste Conselho Europeu ficou acordado um reforço da defesa europeia, nomeadamente no que concerne ao restabelecimento dos stocks das Forças Armadas dos Estados-membros, que têm fornecido armamento à Ucrânia, e que foi discutida a criação de um programa europeu de investimento nesta área.

Por fim, o Chefe de Governo fez ainda referência àquela que considera ser “uma das consequências mais graves desta guerra”: a crise alimentar que está a afetar sobretudo os países de África, dada a carência de cereais. Nesse sentido, “o Conselho manifestou todo o apoio aos esforços das Nações Unidas tendo em vista poder assegurar-se a reabertura dos portos da Ucrânia e encontrar rotas de escoamento destas produções agrícolas de forma a termos uma resposta global”, concluiu.

(Notícia atualizada pela última vez às 16h07)

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