Dívida pública sobe 3 mil milhões para novo recorde

A dívida pública, na ótica de Maastricht, subiu três mil milhões de euros em abril, para 279 mil milhões. No primeiro trimestre de 2022, o rácio da dívida pública baixou de 127%.

279.012,76 milhões de euros. É este o montante do endividamento público. A dívida pública na ótica de Maastricht, a que interessa a Bruxelas, aumentou três mil milhões de euros em abril de 2022 face a março, para um total de 279 mil milhões, de acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal. Este é o valor mais elevado de sempre.

Em abril de 2022, a dívida pública, na ótica de Maastricht, aumentou três mil milhões de euros, para 279 mil milhões de euros“, anuncia o banco central, explicando que “este acréscimo refletiu, essencialmente, emissões líquidas de títulos de dívida no valor de 3,5 mil milhões de euros, sobretudo títulos de dívida de longo prazo (2,3 mil milhões de euros)”.

Em contrapartida, “registou-se uma amortização parcial de empréstimos do Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (MEEF), em 0,5 mil milhões de euros”, o que contribuiu para uma subida menor da dívida pública em abril. Este é um reembolso normal que já estava previsto no calendário acordado entre o MEEF e o Estado português.

Dívida pública atinge novo recorde nos 279 mil milhões de euros

Fonte: Banco de Portugal. Em milhões de euros.

Em abril, o IGCP fez uma emissão sindicada no valor de três mil milhões de euros em que os juros dispararam. A taxa ficou à volta dos 1,7%, o que compara com 1,2% na emissão a 20 anos que tinha feito no arranque de 2022. Agora pagou mais por títulos com maturidade mais reduzida.

Sobre os dados mensais, os números do banco central revelam ainda que os ativos em depósitos das administrações públicas — uma das óticas da chamada “almofada financeira” — aumentaram 0,9 mil milhões de euros em abril para 23,1 mil milhões de euros. Assim, a dívida pública líquida de depósitos fixou-se nos 255,9 mil milhões.

A próxima atualização dos dados do endividamento público ocorre a 1 de julho.

Em 2021, o rácio do endividamento público — o indicador de sustentabilidade da dívida pública mais importante para os mercados financeiros — desceu, passando de 135,2% do PIB para 127,5%, ficando acima da previsão do Governo (126,9%). Portugal inverteu assim a tendência de subida provocada pela pandemia, mas continua longe dos níveis registados em 2019 (116,6%). São 10,9 pontos percentuais que separam ainda 2019 e 2021 nesta ótica.

No primeiro trimestre de 2022, o rácio voltou a cair, fixando-se em 127% do PIB. O objetivo do Governo é chegar ao final do ano com o rácio nos 120,7%. O programa eleitoral dos socialistas apontava para uma dívida pública abaixo dos 110% do PIB até 2026, ou seja, abaixo do valor pré-pandemia daqui a quatro anos.

A expectativa do Governo é que a redução do endividamento público e do défice contribuam para uma gradual melhoria do rating da República ainda este ano, apesar do impacto da guerra e da aceleração da taxa de inflação.

(Notícia atualizada às 11h27 com mais informação)

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