INE confirma inflação de 8% em maio, o valor mais alto desde 1993
A taxa de inflação atingiu os 8% em maio, um valor superior em 0,8 pontos percentuais ao observado em abril e o mais elevado desde fevereiro de 1993.
A taxa de inflação em Portugal acelerou para 8% em maio, de acordo com a segunda estimativa publicada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta terça-feira, número que compara com a taxa de 7,2% registada em abril. Este é o valor mais elevado registado desde fevereiro de 1993.
“O indicador de inflação subjacente (índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) também acelerou, registando uma variação de 5,6% (5,0% em abril)“, acrescenta o gabinete de estatísticas, assinalando que este é o valor mais elevado registado desde outubro de 1994.
Apesar de o fenómeno ser agora mais transversal, a energia continua a dar o maior contributo para a elevada subida dos preços em Portugal. A inflação relativa aos produtos energéticos acelerou para 27,3% (26,7% em abril), o valor mais elevado desde fevereiro de 1985.
Outra das componentes que tem vindo a acelerar é o índice de preços dos produtos alimentares não transformados, o qual fixou-se nos 11,6% em maio, acima dos 9,4% de abril.
Em comparação com abril, no mês de maio destacam-se os aumentos das taxas de variação homóloga das classes da habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis e ainda das bebidas alcoólicas e tabaco. A um nível mais desagregado, o gabinete de estatísticas atribui os maiores contributos positivos à eletricidade, gás natural, fruta fresca ou frigorificada, vinho e mobiliário para o lar.
“Em sentido oposto, os transportes (classe 7) e as comunicações (classe 8) apresentaram uma diminuição da taxa de variação homóloga para 10,8% e 2,2% respetivamente (13,1% e 3,2% no mês anterior)”, refere o INE. Neste caso, o maior contributo negativo veio do gasóleo e da gasolina, por causa da redução do ISP, e dos produtos hortícolas frescos e frigorificados, exceto batatas e outros tubérculos, dos voos internacionais e das férias organizadas fora do território nacional.
Pela primeira vez desde que a inflação começou a acelerar em Portugal, a variação média dos últimos doze meses da taxa de inflação superou os 3%, atingindo os 3,4% em maio, acima dos 2,8% de abril.
E, também pela primeira vez, o IPC subjacente (“core”) a doze meses superou os 2%, o objetivo do Banco Central Europeu (BCE). “Excluindo do IPC os produtos alimentares não transformados e energéticos, a taxa de variação média foi 2,3 (1,8% no mês anterior)”, nota o INE.
O Governo mantém uma previsão de 3,7% (IPC) e 4% (IHPC) para a taxa de inflação deste ano, contando com uma desaceleração dos preços no segundo semestre. Porém, a tendência das organizações internacionais tem sido de revisões em alta. Ainda na semana passada a OCDE colocou a taxa de inflação em Portugal nos 6,3% (IHPC).
(Notícia atualizada às 11h33 com mais informação)
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