Juros e spreads da periferia em queda com escudo anti-crise do BCE

Em reunião à porta fechada, Christine Lagarde explicou aos ministros das Finanças da Zona Euro que a ferramenta “anti-fragmentação” irá impor limites nos diferenciais das taxas da dívida.

Os juros da dívida da periferia e os prémios de risco face à Alemanha estão em queda esta sexta-feira, com as notícias sobre a forma como irá funcionar o escudo anti-crise do Banco Central Europeu (BCE) a aliviar as tensões que se vinham acumulando nos mercados obrigacionistas.

Em reunião à porta fechada, a presidente Christine Lagarde explicou esta quinta-feira aos ministros das Finanças da Zona Euro que a ferramenta “anti-fragmentação” que anunciou esta semana irá impor limites nos diferenciais (spreads) das yields da dívida soberana, avançaram várias fontes à agência Reuters.

Este mecanismo será usado também quando os prémios de risco subirem rapidamente e num curto espaço de tempo, explicaram as mesmas fontes.

Com isto, o banco central pretende assegurar que a normalização da política monetária (entenda-se, fim das compras de dívida e subidas das taxas) não se traduzirá na divergência das taxas da dívida que penalize os países mais endividados, o que poderia levar a uma nova crise da dívida na região.

Desde que este instrumento foi anunciado, na quarta-feira, os juros de Itália, Portugal e Espanha têm estado em queda, assim como os diferenciais em relação à Alemanha também estão em compressão.

Diferencial das taxas da periferia a 10 anos contra Alemanha

Fonte: Reuters

No caso italiano, alvo preferencial das atenções e preocupações das autoridades, depois de a taxa a dez anos ter atingido dos 4,27% na terça, deslizava agora para os 3,779% — baixa quase 50 pontos em três sessões. O spread em relação à dívida alemã encurtou-se para 209 pontos base, depois de ter atingido os 257 pontos na terça-feira.

Já a yield associada às obrigações portuguesas a dez anos cai para os 2,79%, após ter rompido a barreira dos 3% na terça. Nas últimas três sessões a taxa já caiu mais de 30 pontos base. O spread face à Alemanha baixou para os 110 pontos base, quando estava nos 135 pontos base há três dias. O ministro das Finanças, Fernando Medina, assegurou esta quinta-feira que o BCE não vai permitir que os juros atinjam a linha vermelha dos 7% que levou o país a pedir assistência à troika em 2011.

A taxa espanhola cai para 2,827% e o prémio de risco também caiu.

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