Atividade económica acelera no arranque de junho
Depois de ter desacelerado na segunda quinzena de maio, a atividade económica voltou a acelerar no arranque de junho. Desempenho poderá estar relacionado com o dinamismo do turismo.
A economia portuguesa acelerou novamente na semana terminada a 12 de junho, em comparação com a semana anterior, de acordo com os dados do indicador diário de atividade económica (DEI) do Banco de Portugal. A atividade económica “recupera” assim da perda de fôlego que ocorreu na segunda quinzena de maio.
“Na semana terminada a 12 de junho, o indicador diário de atividade económica (DEI) aponta para uma taxa de variação homóloga da atividade superior à observada na semana anterior“, revela o banco central de acordo com a nota divulgada esta quinta-feira.
Após um pico a meio de abril (ver gráfico), a economia portuguesa começou a desacelerar significativamente em comparação com o mesmo período do ano passado, mas voltou a inverter a tendência. Agora cresce 4,8% em termos homólogos, de acordo com a média móvel semanal do DEI – indicador diário de atividade económica do Banco de Portugal — a 9 de junho.
Já o último valor diário, relativo a 12 de junho, apontava para um crescimento homólogo de 9,2%, sinalizando que nas próximas semanas pode continuar a acelerar.
Estes dados sugerem que as ondas de choque da invasão russa à Ucrânia poderão estar a castigar a atividade económica portuguesa, mas sem ditar uma contração. A subida dos preços da energia agravada pelo conflito deverá, ainda assim, travar a expansão económica, tal como outros efeitos indiretos através de exportações de bens e serviços, potenciais repercussões da política monetária do Banco Central Europeu (BCE), entre outros fatores.
Também a taxa bienal, que permite comparações com o nível pré-pandemia, mostra mais resiliência, voltando a registar valores positivos tanto na média móvel semanal (-3,3%) como no último valor diário (3,8%).
Este novo indicador divulgado pelo banco central incorpora diversas séries de informação: o tráfego rodoviário de veículos comerciais pesados nas autoestradas, o consumo de eletricidade e de gás natural — o que poderá ser afetado pelo aumento dos preços acentuado pela guerra —, a carga e correio desembarcados nos aeroportos nacionais e as compras efetuadas com cartões em Portugal por residentes e não residentes.
O impacto da pandemia gerou uma maior necessidade de recurso a este tipo de indicadores económicos de divulgação mais frequente, como é o caso do DEI. Isto acontece porque um dos mais relevantes, o Produto Interno Bruto (PIB), é apenas apurado e divulgado trimestralmente. A próxima divulgação do DEI está marcada para 23 de junho.
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