Altice Portugal capta clientes e controla custos. Receitas crescem 14%

Primeiros resultados de Ana Figueiredo mostram crescimento nas receitas, adição de clientes e manutenção do controlo de custos. Investimento encolheu no semestre.

A Altice Portugal continuou a aumentar as receitas e a controlar as despesas no segundo trimestre de 2022, o primeiro período já com Ana Figueiredo aos comandos do grupo. Uma estratégia que contribuiu para a melhoria dos resultados da dona da Meo nos primeiros seis meses deste ano.

As receitas da operadora cresceram 14% no semestre, face ao período homólogo, para 1.254,2 milhões de euros, enquanto o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) somou 8,9%, para 454,3 milhões. Segundo revelou ainda a empresa esta quarta-feira, a base de clientes aumentou, incluindo nos serviços fixos e no negócio móvel.

Analisando apenas o segundo trimestre, as receitas cresceram 16,5% e atingiram 641,8 milhões, ao passo que o EBITDA avançou 9,1%, para 232,3 milhões. “Este nível de crescimento do EBITDA assenta na expansão progressiva da base de subscritores e no incremento do valor médio aportado, impulsionando a receita, mas também da disciplina de controlo de custos operacionais”, justifica a Altice Portugal, em comunicado.

Foi a 2 de abril, um dia depois do início do trimestre, que Ana Figueiredo assumiu o cargo de presidente executiva da Altice Portugal. Substituiu Alexandre Fonseca, que passou a desempenhar funções executivas no grupo numa escala internacional. Ana Figueiredo era, até então, CEO da Altice na República Dominicana. São, por isso, os primeiros resultados apresentados pela gestora ao acionista.

Do ponto de vista das receitas, a Altice Portugal destaca, no mesmo comunicado, que “o crescimento dos negócios fixo e móvel, da base de clientes e do portefólio de serviços da empresa, aliado à concretização de um planeamento eficaz e às iniciativas operacionais encetadas, foi determinante para a evolução das receitas neste trimestre”. O crescimento trimestral de 16,5% nesta rubrica é um “impulso decisivo na trajetória deste indicador”, assegura.

Consumo com energia

Num trimestre, o segundo do ano, marcado pelos efeitos da guerra na Europa, as receitas da Altice Portugal no segmento do consumo “demonstraram um desempenho resiliente, fixando-se em 320,2 milhões de euros”, mais 5,4% face aos mesmos três meses de 2021. A empresa começa a ver resultados do lançamento de serviços de comercialização de energia, uma estratégia adotada em 2020.

O grupo confirma que o trimestre foi “potenciado também pelo crescimento da base de clientes únicos, que expandiu 1,1% nos últimos 12 meses, do incremento do ARPU [receita média por cliente] e do crescimento da base de clientes de energia e da receita associada, que representa atualmente cerca de 3% do total da receita do segmento consumo”. Essa receita com energia “duplicou” em termos homólogos.

“Neste trimestre de 2022, a Altice Portugal registou 42,8 mil adições líquidas nos serviços fixos e os clientes únicos do segmento consumo cresceram 18,2 mil durante os últimos 12 meses. O negócio móvel conseguiu 217,2 mil adições líquidas, das quais 68,3 mil em clientes pós-pagos neste trimestre. A alavanca fundamental foi a persistência do ritmo de adições, em combinação com a manutenção do churn [taxa de cancelamento] em níveis recorde”, explica a empresa.

Dito isto, na nota de imprensa, a Altice Portugal escreve que “o crescimento das receitas foi alcançado através de uma gestão muito dinâmica do ambiente de mercado, de forma a manter elevados padrões de serviço e atratividade comercial”. A operadora promete continuar a diversificar e a inovar na “oferta comercial” e a apostar “na categoria de experiência de utilização completa”. Neste trimestre, por exemplo, lançou um conjunto de pacotes de serviços a que chamou de Meo Care.

Quanto ao segmento dos serviços empresariais, as receitas da Altice Portugal nesta área cresceram 30,2%, para 321,6 milhões de euros, beneficiando do efeito da aquisição da Unisono em Espanha. Excluindo a compra, as receitas empresariais teriam crescido, ainda assim, 12,7%, atingindo 278,5 milhões.

Investimento recua no semestre

À semelhança dos concorrentes, a Altice Portugal também continua a desenvolver a rede 5G, que lançou no início deste ano, depois de adquirir licenças no leilão promovido pela Anacom. Mas, na primeira metade de 2022, o investimento foi menor do que no primeiro semestre de 2021, mesmo num contexto de escalada da inflação.

Entre janeiro e junho, a Altice Portugal investiu 225,2 milhões de euros, menos 1,4% do que os 228,4 milhões que terá investido no primeiro semestre de 2021, calculou o ECO com base nos números reportados pela empresa em ambos os períodos. Todavia, observando apenas o segundo trimestre, o investimento da Altice Portugal cresceu 4,5%, para 122,3 milhões.

Este investimento, explica a empresa, promoveu “o reforço na rede móvel, que registou uma penetração de 4G de 99,8 no trimestre”, enquanto a rede de fibra ótica no país passou a chegar a mais 59 mil casas, num total de 6,13 milhões (5,4 milhões através da rede da Fastfiber). “Em simultâneo, a Altice Portugal manteve a aposta na tecnologia 5G, que é progressivamente mais visível e utilizável”, acrescenta no comunicado.

Por fim, no segundo trimestre, a Altice Portugal abriu quatro novas Lojas Meo em “diferentes pontos do país”.

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