Bolt Market faz pausa na expansão. “Há que garantir consolidação do negócio em Lisboa”
Após a abertura de sete dark stores até junho, a Bolt Market colocou em pausa o plano de expansão do serviço de entregas ultra-rápidas.
As metas para 2022 eram “ambiciosas” mas menos de um ano depois de ter arrancado com o serviço de entregas de mercearia em Portugal, a Bolt Market colocou em pausa a expansão do serviço e “não há previsão de data para a abertura de novas lojas”, diz a empresa à Pessoas. “Há primeiro que garantir uma consolidação do negócio na capital.”
“De momento, não faz parte da estratégia da Bolt Market expandir-se para novas cidades a nível nacional, não havendo previsão de data para a abertura de novas lojas. Após a abertura de sete no primeiro semestre deste ano, o nosso foco assenta na consolidação e crescimento do negócio em Lisboa”, confirmou Manuel Castel-Branco, responsável pela Bolt Market em Portugal, quando contactado pela Pessoas sobre uma suspensão do plano de expansão do serviço de entregas de produtos de mercearia.
“Estamos dedicados a cumprir a nossa missão de servir as necessidades dos utilizadores de forma rápida e conveniente e é para isso que iremos continuar a trabalhar”, reforça o responsável.
De momento, não faz parte da estratégia da Bolt Market expandir-se para novas cidades a nível nacional, não havendo previsão de data para a abertura de novas lojas. Após a abertura de sete no primeiro semestre deste ano, o nosso foco assenta na consolidação e crescimento do negócio em Lisboa.
A decisão representa uma pausa nos planos de expansão do serviço que arrancou no mercado nacional — integrado na Bolt Food — em novembro do ano passado, na área Metropolitana de Lisboa. Na altura os planos para o serviço de entregas em 15 minutos eram “ambiciosos”. “Definimos metas ambiciosas para 2022 e acreditamos que o crescimento rápido do mercado vai acompanhar as nossas expectativas”, apontava na época Manuel Castel-Branco, em declarações à revista Marketeer.
Arrefecimento da economia e liquidez de investimento
Uma entrada que vinha a ser preparada havia largos meses e que se seguiu a uma ronda de investimento em agosto do ano passado, através da qual a Bolt encaixou 600 milhões de euros — numa ronda liderada por novos investidores, como Sequoia, Tekne e Ghisallo, assim como por anteriores investidores como a G Squared, a D1 Capital e Naya — fazendo chutar a sua avaliação para mais de 4 mil milhões de euros. Com esta injeção de capital os planos da startup unicórnio estoniana passavam pelo lançamento do Bolt Market em 10 países europeus nos “próximos meses”, além de Portugal, no Báltico e a Europa Central, Suécia, Croácia e Roménia.
Com o arrefecimento global do mercado de investimento e com inúmeros serviços do setor a operar reduções nas suas estruturas, caso da Gorillas ou da Getir — que em Portugal está a fazer “ajustes”, como admitiu a empresa à Pessoas, impactando metade da dezena de dark stores que tem no país e a rescisão com entre 20-30% das pessoas — o cenário hoje é muito diferente.
“A nossa ambição em fazer sempre mais e melhor mantém-se. A longo prazo, queremos poder levar a nossa solução a mais zonas do país, mas para já, há primeiro que garantir uma consolidação do negócio na capital. O nosso crescimento deverá ser sempre sustentado e sólido e, por isso, trabalharemos nos timings mais apropriados para a estrutura da Bolt“, diz apenas Manuel Castel-Branco, quando questionado pela Pessoas sobre os motivos desta pausa na expansão.
O responsável não adianta quantas pessoas estão alocadas ao serviço de entregas — “é política da Bolt não revelar esses números” — mas em novembro a Bolt procurava mais de 10 profissionais para lançar o nosso serviço para o país.
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