Moody’s baixa perspetiva da Itália de “estável” para “negativa”

A agência de notação financeira Moody’s cortou a perspetiva da Itália de “estável” para “negativa” esta sexta-feira, semanas depois que da renúncia do primeiro-ministro Mario Draghi ter abalado o cenário político do país. Além disso, impacto económico da guerra na Ucrânia continua também a ser um risco.

A Moody’s “mudou hoje a perspetiva do governo da Itália para negativa de estável” e reafirmou os ratings de emissor de longo prazo em moeda local e estrangeira em Baa3, lê-se no comunicado da agência.

“Embora o crescimento e os desenvolvimentos fiscais tenham apresentado surpresas positivas em 2021 e no início de 2022, os riscos para o perfil de crédito da Itália têm vido a acumular-se mais recentemente devido ao impacto económico da invasão da Ucrânia pela Rússia e desenvolvimentos políticos internos”, explica a Moody’s.

A agência de rating identifica três riscos principais em Itália. O primeiro são maiores riscos de que o “ambiente político impeça a implementação de reformas estruturais”, incluindo aquelas contidas no Plano de Recuperação e Resiliência da Itália. Por outro lado, existe também o crescimento do risco de que os “desafios do fornecimento de energia enfraqueçam as perspetivas económicas”.

Finalmente, a Moody’s salienta os “riscos de que a força fiscal da Itália seja ainda mais enfraquecida pelo crescimento lento, custos de financiamento mais altos e disciplina fiscal potencialmente mais fraca”.