Apenas 48% do talento considera formação da empresa adequada
O inquérito Hays Learning Mindset Report 2022, realizado junto a profissionais e empresas de 26 países, incluindo Portugal, revela um desajuste de percepção entre talento e empresas sobre a formação.
Apenas 48% do talento considera formação da empresa adequada e menos de metade diz ter recebido formação do seu empregador, aponta o inquérito Hays Learning Mindset Report 2022, realizado junto a profissionais e empresas de 26 países, incluindo Portugal. Mas do lado dos empregadores a visão é distinta: 60% acredita que a formação prestada é ajustada às necessidades dos colaboradores e 78% declaram ter fornecido aos colaboradores recursos de aprendizagem.
“O que os resultados do nosso Learning Mindset Report mostram é que existe uma potencial desconexão entre empregadores e profissionais quando se trata de aprender e adquirir novas competências. As organizações precisam de assegurar que os seus trabalhadores sabem quais os recursos de aprendizagem que lhes estão disponíveis e de assegurar que eles fornecem o nível certo de apoio em áreas de desenvolvimento de competências que são necessárias. Os empregadores devem também garantir que trabalham para identificar que competências do futuro podem ser necessárias e ser encorajadores para os seus trabalhadores na aquisição de novas competências”, aponta Alistair Cox, CEO da Hays, citado em comunicado.
O que diz o estudo?
A maioria dos empregadores (82%) está preocupada com a falta de competências dentro da sua empresa e uma larga maioria do talento (83%) está disponível para aprender novas competências, todavia, menos de metade (48%) acredita que os recursos de aprendizagem de que dispõem se adequam às suas necessidades.
Uma dissonância entre trabalhadores e empresas visível ao longo do inquérito. “Apenas metade dos trabalhadores acredita que os recursos de aprendizagem fornecidos pelos seus empregadores satisfazem as suas necessidades. Isto contrasta com 60% dos empregadores que acreditam que os recursos que oferecem satisfazem as necessidades dos seus colaboradores“, refere o inquérito.
O inquérito revelou ainda que 83% dos trabalhadores estão altamente interessados em aprender novas competências, enquanto apenas 48% dos empregadores acreditavam que os seus colaboradores estavam tão interessados.
“Apenas metade (52%) dos trabalhadores disseram ter recebido recursos de formação do seu empregador e apenas 42% estavam satisfeitos com o tipo de formação que lhes é disponibilizada. Isto compara com 78% dos empregadores que declararam ter fornecido aos colaboradores recursos de aprendizagem”, refere o inquérito.
“Muitos empregadores parecem não conseguir identificar e incorporar as competências necessárias para as suas equipas. Isto resultou num desajustes entre as competências que os empregadores necessitam e as competências que os trabalhadores realmente possuem. As empresas são também confrontadas pelo desafio de envolver os trabalhadores na formação. Mesmo os empregadores que reconhecem a importância da requalificação estão a lutar para encontrar conteúdos de aprendizagem que satisfaçam todo o espetro das necessidades dos seus aprendentes”, refere Chris Eigeland, cofundador Go1, um dos maiores centros mundiais de conteúdos educativos empresariais para formação, que desenvolveu o inquérito em parceria com a Hays.
Quando questionado sobre a frequência com que a sua função exige a aprendizagem de novas competências, 64% do talento diz que ou precisa sempre ou frequentemente de aprender novas competências. Apenas 8% diz que raramente ou nunca precisa de novas competências, com 42% dos profissionais a afirmar não haver um plano de desenvolvimento claro em vigor na sua organização que envolva uma aprendizagem específica. Apenas 27% afirma que esse plano existe.
“A aposta na formação e o desenvolvimento de novas skills deve ser uma ação conjunta, tanto por parte do empregador – que deve disponibilizar formação de acordo com as necessidades dos colaboradores e do desempenho das suas funções – como dos profissionais que devem demonstram interesse e estar disponíveis para este upskilling“, refere Mário Rocha, senior manager na Hays.
“A falta de comunicação e feedback são dois grandes motivos para esta “desconexão” neste tema tão relevante – de acordo com dados do relatório, este gap origina um aumento da insatisfação dos profissionais com os seus empregadores e, por outro, os empregadores sentem que há desinteresse e falta de vontade por parte dos profissionais em usufruir da formação disponível. A aposta num plano de formação eficaz, à medida de cada organização e com recolha frequente de feedback pode ser a excelente estratégia nestes cenários”, conclui.
Já no que toca aos resultados dessa aprendizagem a diferença de perceção entre talento e empresas mantém-se, com 81% dos trabalhadores a acreditar que aplicam regularmente as suas novas competências de forma eficaz e apenas 60% dos empregadores a afirmar ser esse o caso.
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