Tesla: Novo modelo leva a nova injeção de capital
Mais uma fase na vida da empresa de Elon Musk, o empresário que dá que falar pelos carros autónomos e até pelos foguetões: a produção do modelo para as "massas" Tesla 3 implica um aumento de capital.
O automóvel “mais acessível” da empresa até agora vai começar a ser produzido no segundo semestre deste ano, mas esse investimento vai implicar um aumento de capital da empresa. A Tesla anunciou que pretende reunir mais de mil milhões de dólares para ganhar margem quando a começar produção do primeiro modelo para as “massas”, o Model 3.
Nos seus planos, Elon Musk planeia comprar mais ações da empresa no valor de 25 milhões de dólares, reforçando a sua posição de 21%. Mas o principal do plano para colocar o modelo mais barato até agora no mercado passa por aumentar o capital da Tesla em 1,15 mil milhões de dólares. Apesar de garantir que, de acordo com o plano financeiro, não é preciso fazer essa injeção de capital, o presidente executivo da empresa diz preferir fazê-lo para ganhar margem e reduzir o risco futuro.
De acordo com a Bloomberg, uma venda em larga escala de ações leva frequentemente a desvalorização uma vez que dilui o valor das participações dos investidores. Dada a peculiaridade da Tesla — uma empresa que tem sido notícia pela sua inovação, ainda que tenha dificuldades em ser lucrativa –, as ações de quarta-feira subiram mais de 4%, em vez de desvalorizarem. Contudo, esta quinta-feira as ações da Tesla estão em queda ligeira de 0,88%.
Este aumento de capital vai ter duas vias: 250 milhões de dólares em ações e 750 milhões de dólares em obrigações convertíveis. Ambas serão usadas para reforçar o balanço da empresa e reduzir o risco associado com a incursão do Model 3 no mercado. A produção deve começar em julho e prevê-se que o carro custe cerca de 35 mil dólares, sendo que os preços em cada país serão anunciados ainda este ano.
Segundo a Bloomberg, este novo esforço da empresa para angariar dinheiro significa que o próprio Elon Musk vai aumentar a sua dívida de mais de 100 milhões para os 624 milhões de dólares. Parte do dinheiro foi financiado pela Morgan Stanley com a garantia de ações que o líder da Tesla detém da própria empresa. A agência noticiosa refere que esta forma de reforçar o capital poderá colocar o preço das ações em risco, uma vez que se desvalorizarem, os credores podem pedir-lhe mais garantias ou até para vender a sua posição.
Tanto a Morgan Stanley como a Goldman Sachs têm um papel no aumento de capital de 1,15 mil milhões, tendo já sido subscritores de dívida convertível no passado. A própria Morgan Stanley é o oitavo acionista da Tesla com 2,4% da empresa. A Bloomberg escreve que este tipo de empréstimos é comum e, no caso de Musk, representam uma pequena parte da sua fortuna pessoal dado que só os 21% que detém da Tesla valem 8,6 mil milhões de dólares.
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