Lucro do Crédito Agrícola cai 33% para 64,4 milhões no primeiro semestre

Ausência de receitas extraordinárias com a venda de dívida pública ajuda a explicar redução do resultado líquido do grupo liderado por Licínio Pina na primeira metade do ano.

O Crédito Agrícola registou lucros de 64,4 milhões de euros no primeiro semestre do ano, o que representa uma queda de 33,2% em relação ao mesmo período de 2021, com o resultado a ser penalizado sobretudo pela ausência de receitas extraordinárias com a venda de dívida pública.

Há um ano, o grupo registou ganhos de 55,2 milhões de euros com a alienação de títulos de dívida. Agora, apresenta uma perda de 6,4 milhões na rubrica relativa ao resultado das operações financeiras, que se deve à “ausência de realização de mais-valias nas carteiras bancária e seguradora” e “à deterioração geral do valor de mercado de ativos financeiros, bem como à desvalorização de unidades de participação em fundos de investimento imobiliário”, com estes últimos a darem um contributo negativo agregado de 4,5 milhões de euros.

O negócio segurador acabou por amparar a queda acentuada dos resultados do banco: a CA Vida e CA Seguros viram os lucros quadruplicarem para 25,5 milhões de euros, compensando parcialmente a queda de 61% para 33 milhões do negócio bancário.

Outro fator que penalizou as contas do banco está relacionado com um proveito de oito milhões de euros que registou há um ano, relativo a juros retroativos referentes a 2020, recebidos no âmbito do programa de financiamento (TLTRO) do Banco Central Europeu (BCE). Agora não teve esse ganho, o que contribuiu para que a margem financeira caísse 4% para 154,3 milhões de euros.

O grupo fala ainda num aumento de 27,6% no valor suportado pelo grupo relativo às contribuições obrigatórias que impendem sobre o setor bancário, incluindo a contribuição sobre o setor, o adicional de solidariedade e os fundos de resolução.

Já as comissões líquidas subiram 24,2% para 67,2 milhões de euros, “impulsionado pelo aumento da transacionalidade de clientes e pelo crescimento observado no crédito”, e a margem técnica da atividade de seguros mais do que duplicou para 67,3 milhões.

Somadas estas três as linhas de negócio (margem financeira, margem de seguros e comissões), o produto bancário registou um aumento de 17% para 288,9 milhões nos seis primeiros meses do ano.

Do lado das despesas, o Crédito Agrícola adianta que os custos de estrutura atingiram os 190,0 milhões de euros no primeiro semestre de 2022, um acréscimo de 6,3%, ou 11,3 milhões de euros.

Em termos de balanço, o grupo geria um ativo total de 26,3 mil milhões de euros, dos quais 11,9 mil milhões correspondem à carteira de empréstimos a clientes (que aumentou 1,2% em relação a dezembro do ano passado).

Já os recursos de clientes, que se traduzem normalmente em depósitos, ascendiam a 19,8 mil milhões.

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