Inspeção-Geral das Atividades em Saúde abre inquérito a morte de grávida no SNS
A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde abriu uma investigação à morte de uma grávida que foi transferida do Hospital de Santa Maria para o Hospital São Francisco Xavier.
A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) abriu um inquérito à transferência da grávida que morreu no passado sábado, na sequência de uma paragem cardiorrespiratória, depois de ser transferida do Hospital de Santa Maria para o de São Francisco Xavier, em Lisboa.
A mulher de 34 anos, de nacionalidade indiana e recém-chegada a Portugal, estava grávida de 31 semanas e foi transferida “por uma alegada inexistência de vaga no Serviço de Neonatologia da primeira unidade hospitalar para internar o bebé quando fosse provocado o parto”, adianta a entidade num comunicado.
Durante a viagem, a grávida sofreu uma paragem cardiorrespiratória, tendo sido realizados trabalhos de reanimação no transporte. Segundo um comunicado divulgado pelo Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN), citado pela Lusa, já no Hospital São Francisco Xavier a grávida foi “submetida a uma cesariana urgente, tendo o recém-nascido, de 722 gramas, ido para a unidade de cuidados intensivos neonatais por prematuridade”. Mas a “mãe ficou internada nos cuidados intensivos”, tendo “vindo a falecer”, indicou o CHULN, enviando “as mais sentidas condolências à família”.
Nesse sentido, a IGAS adiantou esta terça-feira que abriu um inquérito para perceber a razão pela qual a utente foi transferida”, “quem foram os responsáveis pela decisão de transferência e sob que pressupostos clínicos asseguraram que a utente poderia ser transferida em segurança”, “qual era a situação do Serviço de Neonatologia do Hospital de Santa Maria na data da transferência da utente”, “em que circunstâncias ocorreu a morte” e se “existiam soluções alternativas e mais seguras à transferência da utente”. E garantiu que “após a elaboração e homologação do relatório do processo de inspeção, a IGAS divulgará os resultados do mesmo”.
Recorde-se que horas depois de este caso ter sido conhecido, e após os sucessivos constrangimentos enfrentados pelas urgências de obstetrícia do SNS durante este verão, a ministra da Saúde apresentou o pedido de demissão, ainda que no comunicado divulgado não tenham sido dados detalhes sobre os motivos que levaram à tomada de decisão. O primeiro-ministro já aceitou o pedido, e da esquerda à direita os partidos já reagiram.
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