Juros da casa registaram maior subida dos últimos 20 anos em julho
Taxa de juro média nos novos créditos para a compra de casa escalou em julho, refletindo a subida das Euribor. Aumento mensal é o mais elevado desde que o Banco de Portugal começou a publicar dados.
A taxa de juro média dos novos empréstimos para a compra de casa subiu para 1,88% em julho, um aumento significativo face ao juro médio de 1,47% do mês anterior. A escalada está relacionada com o avanço das Euribor e representa a maior subida no juro médio dos novos créditos à habitação desde 2003, o ano em que começou a série do Banco de Portugal.
“Esta evolução está em linha com a subida das taxas médias da Euribor em junho, pois existe, tipicamente, um desfasamento de um mês entre as taxas de juro Euribor e o seu reflexo nas taxas de juro aplicadas. Em julho, mais de metade do montante dos novos empréstimos à habitação utilizou como indexante a Euribor a 12 meses, cujo valor médio subiu de 0,29% em maio, para 0,85% em junho”, avança o supervisor bancário num comunicado.
A conjuntura económica ajuda a explicar o travão na concessão de crédito à habitação nesse mês. Foram emprestados 1.345 milhões de euros, menos 57 milhões de euros do que no mês anterior, segundo o Banco de Portugal.
Juros da casa descolam
Além do crédito à habitação, a banca financiou os particulares em 454 milhões de euros em crédito ao consumo, com uma taxa de juro média que subiu de 7,79% em junho para 7,88% em julho. Foram também concedidos 164 milhões para outros fins, o que, em conjunto com o crédito ao consumo, representam descidas de várias dezenas de milhões de euros face ao mês prévio.
Em julho, os particulares constituíram nos bancos 3.854 milhões de euros em novos depósitos — 88% em depósitos a prazo até um ano –, um aumento face aos 3.707 milhões do mês anterior. Estas aplicações pagavam um juro médio de 0,09%, o segundo mês consecutivo a subir, “após nove meses em que se manteve em 0,04%”, refere o Banco de Portugal. O ritmo de subida dos juros dos depósitos é, porém, significativamente mais lento do que a subida dos juros cobrados pelos bancos nos créditos.
Dos particulares para as empresas, o mês em análise viu os bancos atribuírem menos 597 milhões de euros do que em junho em novos financiamentos. “A taxa de juro média dos empréstimos às empresas voltou a aumentar e fixou-se em 2,63% (2,16% em junho)”, acrescenta o banco central.
Além disso, “em julho, os novos depósitos de empresas totalizaram 1143 milhões de euros, dos quais 1.088 foram aplicados em depósitos a prazo até um ano, remunerados a uma taxa de juro média de 0,13%”, remata a entidade governada por Mário Centeno.
(Notícia atualizada pela última vez às 11h57)
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