Juros da dívida de Portugal em máximos de dois meses. Itália perto dos 4%

Volta a intensificar-se a pressão junto da periferia da Zona Euro, em vésperas de o BCE subir os juros. Taxa das obrigações nacionais a 10 anos em máximos de dois meses. Itália de novo perto dos 4%.

A periferia da Zona Euro volta a estar sob pressão, em vésperas de o Banco Central Europeu (BCE) voltar a subir as taxas de juro de referência na região, e depois de se saber que a inflação não dá tréguas e subiu novamente em agosto. Os juros da dívida portuguesa a dez anos avançam pela quinta sessão e atingem um máximo de mais de dois meses. A taxa italiana também sobe e está, de novo, perto de superar os 4%.

Da última vez que Itália superou essa fasquia, em junho, o BCE reuniu de emergência para travar a desconfiança dos investidores e anunciou uma ferramenta anti-fragmentação, para evitar um descontrolo dos spreads.

Esta quinta-feira, a taxa associada às obrigações italianas a dez anos avança para 3,986%, o nível mais elevado desde 14 de junho.

Juros de Itália aproximam-se dos 4%

Fonte: Reuters

Portugal e Espanha também sentem a pressão. A yield das obrigações portuguesas no mesmo prazo sobe pela quinta sessão, chega agora aos 2,722%, um máximo desde 21 de junho. O mesmo acontece com a taxa espanhola, que está nos 2,806%.

A Alemanha, a referência da região, vê a yield das bunds aumentar para 1,601%, que é a mais elevada desde 28 de junho.

O BCE reúne-se dentro de uma semana e os investidores apostam numa subida das taxas em 75 pontos base, já depois do aumento de 50 pontos anunciado em julho. O aperto das condições financeiras é justificado pela pressão inflacionista: a taxa de inflação subiu para 9,1% em agosto e o receio das autoridades monetárias é que se enraíze por toda a economia e se torne mais difícil de baixar.

No fim de semana, a membro da comissão executiva do BCE Isabel Schnabel disse que os juros vão continuar a subir mesmo que a economia deslize para uma recessão.

Do outro lado do Atlântico, a Reserva Federal norte-americana também mantém um discurso duro. A yield das obrigações dos EUA a dois anos superou 3,5% pela primeira vez desde 2007.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Juros da dívida de Portugal em máximos de dois meses. Itália perto dos 4%

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião