Ministro da Economia admite subida dos preços médios do gás para 120 euros por MWH em 2023

António Costa Silva admitiu a necessidade de novas medidas de apoio, no próximo ano, para tentar ultrapassar os problemas da economia.

O ministro da Economia admite que os preços do gás vão continuar a subir e atingir preços médios de 100 a 120 megawatt hora, uma vez que o mundo vive uma “verdadeira caça ao gás”. Em entrevista ao “Tudo é Economia” da RTP3, António Costa Silva admitiu a necessidade de novas medidas de apoio, no próximo ano, para tentar ultrapassar os problemas da economia, dada a incerteza mundial.

“No caso do gás tivemos em 2021, um preço médio da ordem dos 23 euros por megawatt hora, este ano estamos a chegar aos 55/60 e podemos ter no próximo ano acima de 100 ou 120, em termos de preços médio. Em dois anos, o preço do gás poderá ter aumentado cinco a seis vezes e isso pesa substancialmente nas contas das empresas“, antecipou Costa Silva.

Quanto a eventuais problemas decorrentes de quebras no abastecimento de gás da Nigéria, o principal fornecedor nacional de gás, responsável por 49% das remessas — o ministro da Economia alinha com o discurso de serenidade do Executivo e garante que não há razões para preocupação acrescida por parte das empresas e opta por recordar as medidas adotadas para “proteger as empresas consumidoras de gás”, nomeadamente os três mil milhões de euros que serão injetados no sistema para baixar o valor das tarifas de gás e eletricidade. Além disso, o apoio por empresa intensiva em gás aumentou para 500 mil euros e a taxa de apoio que recai sobre a diferença entre os custos suportados em 2021 e em 2022, e que é hoje de 30%, passou para 40%. As empresas com maiores consumos podem ter vir a beneficiar de apoios de dois milhões ou cinco milhões para as que registam perdas operacionais, mas Bruxelas ainda não deu luz verde a estas medidas.

Costa Silva admite que a produção dos países da bacia atlântica pode substituir eventuais falhas de produção na Nigéria. Guiné Equatorial, Trinidad e Tobago, que presentemente fornece 10% do gás a Portugal e Estados Unidos (29%) são alguns dos fornecedores elencados “que podem substituir falhas que possam acontecer”. Questionado sobre se a Nigéria pode “simplesmente incumprir o contrato firmado com Portugal e vender a quem pagar mais, o ministro da Economia disse que o mundo vive “uma verdadeira caça ao gás”. “Não admira que no mundo o gás existam pressões e as empresas que estejam com grandes dificuldades se ofereçam para pagar as grandes penalidades que existam nos contratos de longa duração e focar com o gás.

Quanto à polémica em que esteve envolvido por ter defendido a descida transversal do IRC, uma hipótese descartada pelo ministro das Finanças e que o presidente da CIP diz não ter avançado porque António Costa Silva foi extemporâneo nas suas declarações, o ministro da Economia garante que nunca equacionou demitir-se. “Esse problema está ultrapassado”, disse. “A troca de ideias foi para procurarmos o compromisso e encontrar soluções para responder aos problemas do país. Penso que o Orçamento do Estado faz isso. Não sou homem de me demitir, vou sempre à luta”, concluiu, garantindo que não está arrependido de ter ido para o Governo.

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