Estado quer 500 milhões com nova emissão de obrigações de retalho
Depois das emissões no mercado, o IGCP volta a apostar nas famílias para financiar a dívida pública. Vai arrancar a 27 de março com mais uma emissão de OTRV, mas desta vez só paga 1,9%.
Vem aí uma nova emissão de Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV). Os portugueses vão poder investir 500 milhões de euros nestas obrigações destinadas exclusivamente para o retalho, sendo a taxa oferecida aos pequenos investidores a mais baixa de todas as operações realizadas com este novo produto de financiamento do Estado. A taxa é de 1,9%.
As OTRV, nesta quarta emissão destes títulos, contam com “uma taxa de juro variável e igual à Euribor 6 meses acrescida de 1,90%, ocorrendo o reembolso do capital em 12 de abril de 2022″, refere a agência liderada por Cristina Casalinho no anúncio do lançamento de mais uma emissão feito no site do IGCP.
O prémio de 1,9% é o mais baixo das três emissões realizadas pelo IGCP no ano passado, o ano de estreia deste instrumento de financiamento de médio prazo destinado a pequenos aforradores. Compara com a taxa de 2% na emissão de novembro, com a de 2,05% em agosto, e a de 2,2%, em abril. Está, contudo, em linha com o mercado secundário da dívida portuguesa a cinco anos: 1,87%.
500 milhões, mas pode aumentar
Estas obrigações vão pagar juros, semestral e postecipadamente, em 12 de abril e 12 de outubro de cada ano. 12 de abril será a data de entrada destes títulos no mercado, sendo que quem pretender investir parte das poupanças nestes títulos de dívida pública terá de colocar uma oferta durante o prazo de subscrição: entre o dia 27 de março e 7 de abril 2017.
Esta nova emissão de OTRV mantém as características principais das três operações anteriores. Está disponível para montantes de investimento a partir de mil euros que podem ir até um máximo de um milhão de euros, sendo a subscrição realizada por múltiplos de mil euros. O IGCP pretende financiar-se em 500 milhões de euros, mas pode emitir mais.
A operação tem um “valor nominal global inicial de até 500 milhões de euros, o qual poderá ser aumentado, por opção do emitente, até ao dia 31 de março de 2017, inclusive, sendo que em caso de exercício desta opção será divulgada uma comunicação para o efeito até à referida data, inclusive”, refere.
Responder ao apetite
As emissões de OTRV têm sido sempre bastante concorridas. Os pequenos investidores mostraram grande apetite por estes títulos de dívida no ano passado, isto quando a remuneração dos produtos da banca afundou. Só com as três emissões realizadas em 2016, o Estado conseguiu 3.450 milhões de euros.
O elevado valor captado com estas obrigações permitiu que fossem captados quase sete mil milhões de euros em produtos financeiros colocados junto do retalho no ano passado, valor para o qual contribuíram os Certificados do Tesouro Poupança Mais (CTPM). Este ano, os CTPM continua a atrair milhões, já os certificados de aforro estão a perder dinheiro com o fim do prémio de 275 pontos base.
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