CEO do Novobanco diz que incerteza não muda planos de ir para a bolsa
Apesar do aumento da incerteza por causa da guerra, Mark Bourke mantém os planos de levar o Novobanco para a bolsa e garantir uma "existência independente" no mercado português.
Na sua primeira aparição pública enquanto CEO do Novobanco, Mark Bourke confirmou os planos de levar o banco para a bolsa – como o ECO revelou em primeira-mão. O irlandês assegurou que, apesar da maior turbulência que reina nos mercados, por causa da guerra, inflação e subida dos juros, não houve mudança nesses planos. “Sim, estamos a lidar com incerteza, mas estamos numa posição inicial mais forte”.
Questionado sobre se a incerteza poderia afetar o futuro banco, cujo próximo capítulo passará por um IPO (oferta pública inicial), o irlandês respondeu que não.
Mark Bourke explicou que tanto o setor bancário como o Novobanco estão hoje “muito mais fortes” do que em relação à crise financeira, com balanços mais sólidos e os ativos avaliados de forma mais prudente.
No caso do banco que lidera desde agosto, é agora “mais ágil” e dispõe de uma “maior capacidade para lidar com a incerteza”, depois de ter limpado o legado do BES e de ter reconstruído o modelo comercial para se concentrar no retalho e corporate, segundo afirmou na conferência “Banca do Futuro”, organizada pelo Jornal de Negócios.
“Construir um negócio forte é o objetivo de todos. Quem nos detém não é essencialmente relevante no final de contas. Queremos ter o apoio dos acionistas e sempre vamos ter o apoio dos acionistas”, prosseguiu Mark Bourke, para depois confirmar que trabalha para preparar o banco para um IPO e que a atual incerteza não o afasta desse plano.
“Como tem sido dito na imprensa, a forma de fazer isso é prepararmo-nos para um IPO, o que significa prepararmo-nos para uma existência independente como banco que pode competir e aguentar no mercado. Então, os nossos planos estão completamente inalterados. Sim, estamos a lidar com incerteza, mas estamos numa posição inicial mais forte”, sublinhou.
Mark Bourke reconheceu que as condições do mercado atuais são mais adversas: “Há menos transações e menos IPO. O mercado retrai-se e toda a gente fica à margem”, disse.
Contudo, nos próximos seis a 12 meses, acredita, irá surgir um “novo normal” em que as operações serão retomadas, de onde vão emergir “novos níveis de avaliação e novos níveis de interpretação da avaliação” para o valor os ativos.
O Novobanco é detido em 75% pelos americanos da Lone Star, sendo que o Fundo de Resolução detém 19,31% e outros 5,69% estão nas mãos do Estado, por via da Direção-Geral de Tesouro e Finanças.
O banco registou lucros de quase 430 milhões de euros até setembro, o maior entre os bancos privados.
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