Europeus esperam inflação, menos emprego e despesa a subir mais do que o salário em 2023
Inquérito do BCE aos consumidores mostra cidadãos do euro mais ansiosos com a economia. Esperam despesa a crescer mais do que os salários, maior contração e mais desemprego.
Os consumidores da Zona Euro estão mais pessimistas com a economia. Esperam mais inflação nos próximos 12 meses, maior contração económica, mais desemprego e despesas a subir mais rápido do que os salários.
A informação resulta do inquérito mensal às expectativas dos consumidores realizado pelo Banco Central Europeu (BCE). Em linhas gerais, as conclusões vão no sentido de maior ansiedade com a evolução da economia do euro ao longo do próximo ano, com os preços a continuarem a subir e os bancos centrais a manterem a pressão com a subida dos juros.
Segundo o estudo mensal do BCE referente a outubro, publicado esta quarta-feira, “a perceção da inflação ao longo dos próximos 12 meses continuou a subir, com a taxa mediana a fixar-se agora nos 9,9%”. O banco central explica que as expectativas com a inflação continuam “muito acima” do que era observado no passado recente, mas nota que os inquiridos com idade entre 55 e 70 anos apresentam expectativas de inflação mais elevadas do que a camada mais jovem, com idades entre 18 e 34.
Os consumidores inquiridos esperam que o rendimento nominal cresça 0,7% nos próximos 12 meses, uma ligeira melhoria face aos 0,6% do inquérito de setembro. Mas, enquanto isso, as perceções em relação ao aumento da despesa nominal nos próximos 12 meses cresceram de 4,5% para 4,7%.
No plano económico, o estudo aponta que os europeus esperam agora uma contração económica mais forte, com as expectativas de crescimento económico para os próximos 12 meses a agravarem-se de -2,4% em setembro para -2,6% em outubro.
Isso explica também os dados relativos ao mercado laboral. “As expectativas para a taxa de desemprego nos próximos 12 meses aumentaram para 12,5%, de 12,2% em setembro”, aponta o BCE. No entanto, a instituição presidida por Christine Lagarde nota que, em outubro, os consumidores aumentaram a perceção em relação à probabilidade de encontrarem um emprego nos próximos três meses, de 27,3% em setembro para 27,9% em outubro.
Por fim, o inquérito abrange também o mercado imobiliário. Os inquiridos esperam que o preço das suas habitações aumente menos nos próximos 12 meses, com a taxa de crescimento esperada a cair de 3,4% para 3%.
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