Dinamarca propõe eliminar feriado para financiar orçamento de Defesa
A proposta do Governo liderado pela primeira-ministra Mette Frederiksen não está a ser bem recebida junto da sociedade dinamarquesa. Quase 450 mil cidadãos já assinaram petição para manter feriado.
O Governo da Dinamarca quer aumentar o orçamento do país para a Defesa para atingir os 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2030, três anos antes do previsto, devido à crescente ameaça da Rússia. Para tal, propõe eliminar o feriado do “Grande Dia de Oração”, avança a Bloomberg (acesso pago).
A abolição deste feriado, celebrado na quarta sexta-feira depois do dia de Páscoa, elevaria o excedente orçamental público em cerca de 470 milhões de dólares por ano (cerca de 430 milhões de euros ao câmbio atual), enquanto o PIB valeria três vezes mais, segundo cálculos do Ministério das Finanças.
No entanto, a proposta não está a ser bem vista pela sociedade dinamarquesa, recebendo críticas tanto dos nove partidos da oposição no Folketing (Parlamento da Dinamarca), como de bispos da igreja do país e de líderes sindicais. Ao mesmo tempo, cerca de 450 mil dinamarqueses assinaram uma petição online defendendo a manutenção do feriado.
As mais recentes sondagens mostram que, se houvesse eleições neste momento, os partidos que formam o Governo de coligação perderiam a maioria, apenas três meses após vencer as legislativas. O Executivo liderado por Mette Frederiksen tem agora o apoio de menos de metade dos eleitores.
O feriado “Grande Dia de Oração” foi introduzido na Dinamarca em 1686, ano em que o Rei Christian V fundiu uma série de pequenos feriados religiosos num só, para aumentar a produtividade. Cerca de 73% dos dinamarqueses são membros da igreja luterana estatal, mas menos de 40% identificam-se como religiosos.
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