Parpública recebeu seis propostas vinculativas para a Efacec

Três entidades nacionais e três internacionais apresentaram propostas vinculativas no processo de reprivatização da Efacec.

Foram seis as entidades que apresentaram propostas vinculativas à compra da Efacec: três nacionais e três internacionais, avançou a Parpública em comunicado esta segunda-feira, após ter terminado o prazo para a entrega das mesmas. Agora, as propostas vão ser analisadas ao longo dos próximos dez dias.

“No âmbito do Processo de Reprivatização de 71,73% do capital social da Efacec Power Solutions, a Parpública informa o mercado e o público em geral que recebeu, no prazo estabelecido, seis propostas vinculativas por parte de três entidades nacionais e três estrangeiras“, lê-se no comunicado enviado às redações. Na corrida estavam sete consórcios.

“Nos termos previstos no Caderno de Encargos anexo à Resolução do Conselho de Ministros n.o 107-A/2022, de 21 de novembro, seguir-se-á a avaliação das referidas propostas durante os próximos dez dias”, acrescenta a mesma nota.

O processo revela-se assim bastante mais participado face à primeira tentativa de venda da empresa que pertenceu a Isabel dos Santos. No início do processo surgiram 47 potenciais candidatos, que se transformaram em 27 letters of interest, mas só 24 assinaram acordos de confidencialidade. Depois, dez apresentaram propostas não vinculativas, mas só a DST e a Sodécia, apresentaram propostas vinculativas. O Governo abriu uma terceira fase, para a chamada Best and Final Offer (BAFO), e só a DST se apresentou. O grupo liderado por José Teixeira acabou a negociar sozinho, sem concorrência, e após meses de negociação acabou por desistir.

Desta segunda vez foram dez as empresas a ir a jogo, apenas nove tiveram propostas consideradas válidas e duas acabaram por desistir ainda antes de se avançar para esta nova fase. Na corrida estavam sete consórcios, como confirmou o ministro da Economia por diversas vezes: quatro nacionais e três estrangeiros.

No entanto, entre a primeira e a segunda tentativa de reprivatizar a empresa houve uma forte deterioração das contas. A demora em fazer regressar a empresa às mãos dos privados tem-se traduzido em perda de oportunidades de negócio, de recursos humanos, queda de faturação, aumento da dívida, dos prejuízos e consequente crescente necessidade de ajuda já que a Efacec está em situação de falência técnica.

“O Governo não é um bom acionista para a Efacec”, reiterou na semana passada, no Parlamento, António Costa Silva. “Um bom acionista tem de estar sintonizado com o que se passa nos mercados internacionais, acompanhar e definir um plano estratégico e não pôr a empresa a trabalhar em múltiplas áreas e tabuleiros”, acrescentou.

Os resultados estão à vista. No relançamento do processo de reprivatização era reconhecida a necessidade de reestruturar a empresa. O caderno de encargos, aprovado em Conselho de Ministros a 21 de novembro, encarregou a Parpública a adotar “medidas de reestruturação” para manter a empresa em funcionamento. O objetivo era “manter o valor operacional do grupo e que permitam viabilizar condições” para a sua venda.

No entanto, não são conhecidos quaisquer detalhes desta reestruturação – o ECO questionou a Parpública mas nunca obteve resposta – e a gravidade da situação exige que o Estado, como acionista maioritário, esteja a injetar cerca de dez milhões de euros por mês desde novembro, como o ECO revelou. De acordo com as contas da Efacec, a que o ECO teve acesso, até ao final de fevereiro estava prevista uma injeção de quase 40 milhões de euros para suprir necessidades de tesouraria.

Apesar destas contas, Costa Silva continua a garantir que a exposição do Estado na Efacec é de 165 milhões de euros: 115 milhões de euros em garantias a financiamentos bancários e 50 milhões de euros em injeções de capital.

(Notícia atualizada às 18h50 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Parpública recebeu seis propostas vinculativas para a Efacec

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião