Governo confirma escolha de João Neves para liderar o Porto de Leixões
Escolha de João Galamba para a liderança da APDL abriu guerra interna no PS. O até agora presidente executivo da Águas do Alto Minho, próximo do ex-ministro Matos Fernandes, toma posse a 1 de março.
João Neves, até agora presidente executivo da Águas do Alto Minho (AdAM), “inicia funções” esta quarta-feira como presidente do conselho de administração da APDL – Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo, “enquanto Cláudia Soutinho e Joaquim Gonçalves assumem funções como vogais”, confirmou ao ECO o Ministério das Infraestruturas.
Como o ECO noticiou em primeira mão, a 31 de janeiro, este quadro da APDL, com licença sem vencimento há cerca de dez anos, foi a escolha de João Galamba para suceder a Nuno Araújo, que terminou mandato no final do ano passado. O ex-chefe de gabinete que Pedro Nuno Santos tinha nomeado para a administração portuária nortenha assumiu o cargo de diretor-geral da Aethel Mining, concessionária das minas de ferro de Torre de Moncorvo.
Engenheiro civil especializado no ramo hidráulico, João Neves regressa, assim, a uma empresa pública onde passou grande parte da carreira, entre 1999 e maio de 2013, tendo desempenhado funções de chefe de divisão de obras. Partiu nessa altura para Moçambique, pela mão de José Pedro Matos Fernandes, ex-ministro do Ambiente, tendo estado cinco anos como diretor da área de engenharia e membro do conselho executivo da MPDC – Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo.
Voltou a Portugal em 2017 para ser administrador executivo das Águas do Douro e Paiva e da SIMDOURO. Em maio de 2020, numa altura em que Galamba já era secretário de Estado Adjunto e da Energia, incorporado no Ministério do Ambiente e da Ação Climática, transitou para a administração da Águas de Portugal (AdP). E em abril de 2021 foi nomeado presidente executivo das AdAM, que serve sete dos dez concelhos da região e que é detida em 51% pela AdP e em 49% por vários municípios do Alto Minho.
Numa nota enviada, entretanto, às redações, a APDL, a entidade responsável pela jurisdição do Porto de Leixões, do Porto de Viana do Castelo e da Via Navegável do Douro, confirma igualmente que a tomada de posse de João Neves está agendada para esta quarta-feira, pondo fim a um período de transição de pastas em que a liderança foi ocupada, de forma interina, por Cláudia Soutinho.
Guerra política e novo terminal em suspenso
A escolha de João Neves, que, segundo noticiou o JN, terá sido sugerido a Galamba por Matos Fernandes, atual consultor da Abreu Advogados e com quem trabalhou de perto quando estavam ambos no Ministério do Ambiente, acabou por abrir uma autêntica guerra interna nas estruturas locais do Partido Socialista. É que a distrital do Porto, liderada por Eduardo Vítor Rodrigues, teria acertado com o anterior ministro, Pedro Nuno Santos, que aquele lugar seria ocupado por Miguel Lemos Rodrigues, administrador executivo da Águas de Gaia.
Por outro lado, como o ECO já escreveu, esta guerra partidária tem outro quadro de fundo: o lançamento, ou não, de um concurso para um novo terminal no Porto de Leixões, com capacidade para receber navios até 8.000 TEU (contentores de 20 pés). Um projeto que exige um investimento de 220 milhões de euros e que pode abrir também um novo ciclo de empresas concessionárias. Atualmente, quem tem a concessão dos contentores é o grupo turco Yildirim, enquanto a Galp tem um terminal de contentores privado e a ETE o terminal de carga.
(Notícia em atualização)
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